A Polícia Civil cumpre 14 mandados de prisão temporária e 35
de busca e apreensão em uma operação contra uma quadrilha suspeita de
envolvimento na venda de cirurgias bariátricas, realizadas pelo Sistema Único
de Saúde (SUS), no Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na Região
Metropolitana de Curitiba.
De acordo com as investigações, os suspeitos lucraram mais
de R$ 10 milhões com a venda dos procedimentos.
Em nota, o Hospital Angelina Caron disse que não realiza
qualquer tipo de cobrança de paciente para os procedimentos feitos pelo SUS.
Veja a íntegra da nota no fim da reportagem.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) disse que lamenta que
práticas irregulares e distorcidas no atendimento do sistema público de saúde
ainda aconteçam e que vai colaborar no esclarecimento dos fatos.
A Sesa disse ainda que abriu procedimento interno para apurar
possíveis ilegalidades e que se for comprovada qualquer irregularidade, os
envolvidos sejam responsabilizados.
Entre os alvos de prisão, segundo a Polícia Civil, estão um
funcionário público da 2ª Regional de Saúde, no Paraná, e um vereador de
Taquarituba.
Como funcionava o
esquema
Conforme as investigações, o grupo criminoso entrava em
contato com pessoas interessadas pela cirurgia por meio de redes sociais ou
indicações. Os pacientes, muitas vezes, estavam aguardando há anos na fila para
serem operados pelo SUS e acabavam aceitando pagar até R$ 3 mil pelas
cirurgias, que deveriam ser gratuitas, ainda conforme a Polícia Civil.
As investigações apontam ainda que a quadrilha conseguiria
receber em duplicidade os valores pagos pelo SUS ao hospital pelas bariátricas.
Os suspeitos são investigados por organização criminosa,
extorsão, falsidade ideológica, uso de documento falso e concussão.
Veja a íntegra da
nota do Hospital Angelina Caron
O Hospital Angelina
Caron (HAC) esclarece que não realiza qualquer tipo de cobrança de paciente
para os procedimentos feitos pelo SUS, nem se beneficia direta ou indiretamente
de algum esquema fraudulento.
As denúncias acerca
desse tipo de fraude têm recebido a atenção do HAC, que também é vítima de
eventuais ilegalidades praticadas por pessoas que prometam agilizar o
atendimento mediante pagamento, enganando e aproveitando-se de pacientes.
O hospital realizou
dois boletins de ocorrência na Delegacia de Polícia de Campina Grande do Sul,
em maio de 2019 e em janeiro de 2020, sobre denúncias recebidas acerca de
cobrança e privilégio de atendimento em caso de paciente candidato a cirurgia
bariátrica. O hospital está e sempre esteve à disposição das autoridades, não
tendo recebido qualquer notificação em processo aberto para apurar práticas
ilegais que envolvam seus colaboradores – G1.
Carlos Magno
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