Como em vários países europeus, a recrudescência nos números
de novos casos de Covid-19 na Suécia atinge principalmente os mais jovens. No
entanto, como o país impôs poucas medidas restritivas desde o início da
pandemia, o governo teme que essa população, que vive normalmente, inclusive
organizando diversas festas, contamine os mais idosos com quem possam ter
contato. Para conter a propagação do vírus entre as diferentes gerações,
iniciativas estão sendo implementandas visando os estudantes, que nem sempre
respeitam as recomendações sanitárias.
Os 400 mil estudantes suecos não são os únicos responsáveis
pela alta recente das contaminações pela Covid-19 na Suécia. No entanto, é
nessa faixa etária que se encontra a maioria dos doentes do país.
Diante da situação, as celebrações entre os jovens estão na
mira das autoridades, vistas como ocasiões de potencial propagação do
coronavírus. “Muitos não fazem prova de responsabilidade nas festas de
estudantes. Não podemos deixar as universidades se transformarem em focos de
transmissão”, alertou a ministra sueca do Ensino Superior, Matilda Ernkrans,
temendo que, em seguida, esses alunos contaminem os mais velhos.
Para as autoridades do setor da saúde, a ideia não é proibir
as festas, e sim organizá-las respeitando algumas regras. A partir de agora, as
celebrações não poderão reunir mais de 50 pessoas e o governo pede que os
jovens tentem frequentar apenas amigos próximos e, mesmo assim, mantendo uma
certa distância física.
Por enquanto, as autoridades não anunciaram nenhuma sanção e
esperam, com esse alerta, sensibilizar os jovens. Mas se a contaminação se
acelerar, não está descartada a hipótese de fechamento das universidades, como
aconteceu entre março e julho.
Na contramão dos
vizinhos
A Suécia ficou mundialmente conhecida no início da epidemia
como um dos países europeus que adotou menos regras restritivas ligadas à
Covid-19. Enquanto os vizinhos impunham medidas de confinamento, muitas vezes
generalizado, os suecos continuavam nas ruas, escolas, empresas, bares e
restaurantes funcionavam, e o governo pedia apenas que os mais jovens não
visitassem seus avós.
A estratégia contava com o civismo da população, além de
apostar em uma lógica de “imunização em rebanho” que, segundo as autoridades
locais na época, iria enfraquecer o vírus.
"Imunização em
rebanho" não funcionou
Mas em junho, diante do aumento de contaminações e de
vítimas fatais, o epidemiologista Anders Tegnell, principal representante da
Agência de Saúde Pública sueca, reconheceu que a tática não havia funcionado. O
primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, chegou a pedir a abertura de uma
Comissão de Investigação (CPI) para saber se o governo não teria uma parte de
responsabilidade nas mortes por não ter isolado a população no auge da
pandemia.
Com uma população de 10,5 milhões de habitantes, a Suécia
registrou menos de 100 mil casos de Covid-19 e pouco mais de 5.800 mortos, a
maioria deles idosos hospedados em casas de repouso. No entanto, o país chegou
a liderar o número de óbitos pelo novo coronavírus na região, registrando em
junho uma taxa de mortalidade de 48 óbitos por cada grupo de 100 mil
habitantes. Na época, Dinamarca, Finlândia e Noruega chegaram a recusaram a
entrada de viajantes suecos em seus territórios – rfI.
Carlos Magno
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