A Polícia Federal realizou nesta quinta-feira (10) uma
megaoperação contra suspeitos de fraudar o auxílio emergencial em 14 estados do
país.
Ao todo, foram expedidos sete mandados de prisão, 42 de
busca e apreensão e 13 de sequestro de bens de envolvidos no esquema. Também
foram determinados os bloqueios de valores de até R$ 650 mil em diversas contas
que receberam o benefício irregularmente.
A operação ocorreu nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro,
Paraíba, Espírito Santo, Bahia, Santa Catarina, Tocantins, Paraná, Goiás, Minas
Gerais, Rio Grande do Sul, Maranhão, Piauí e Mato Grosso do Sul. Foram
bloqueados ou cancelados cerca de 3,82 milhões de pedidos fraudados do auxílio
no país durante a ação, impedindo o saque indevido de mais de R$ 2,3 bilhões.
A Polícia Federal mobilizou cerca de 150 agentes em São
Paulo e demais estados para combater irregularidades no pagamento do benefício
e calcula que 40% das fraudes aconteceram em solo paulista.
O esquema, segundo os investigadores, funcionava assim: após
pegar o CPF da vítima, o fraudador entrava no aplicativo da Caixa, abria uma
conta virtual e solicitava o auxílio-emergencial. Em vez de sacar, ele usava o
dinheiro que estava na conta para pagar um boleto que o próprio bandido tinha
emitido em nome dele ou de outro integrante da quadrilha. Assim, o auxílio
emergencial chegava na conta do bandido, lesando o beneficiário, que ficava sem
a ajuda do governo federal em plena pandemia.
“Quem deveria receber, não recebeu, alguém se passando por
ele fez um pagamento em proveito próprio”, explicou o delegado da PF, José
Pinheiro Júnior.
Cruzamento de dados
Chamada de "Segunda Parcela", a ação desta quinta
(10) foi feita em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) o Ministério
da Cidadania (MCid), a Caixa, a Receita Federal, a Controladoria-Geral da União
(CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU).
De acordo com a PF, os principais investigados na operação
já eram especialistas nas fraudes em outros benefícios sociais, como o
auxílio-doença ou o seguro-desemprego. Por causa da experiência de combater
esse tipo de crime, os investigadores conseguiram chegar aos fraudadores do
auxílio-emergencial através do cruzamento de dados.
“A Policia Federal já usando essa expertise, desse
conhecimento, hoje trabalha com cruzamento de massa de dados e adotou uma nova
estratégia, uma nova técnica de trabalhar com os dados massivos. Nós coletamos
esses dados e fazemos cruzamentos justamente pra desarticulação das
organizações criminosas que estão fraudando o auxílio-emergencial. Então hoje
não é feito uma investigação individual a cada saque fraudulento, nós pegamos
essa massa de dados, fazemos cruzamento de dados e assim conseguimos
identificar as verdadeiras organizações que estão por trás desses saques”,
afirmou o delegado Alberto Ferreira Neto.
São Paulo
Segundo a Polícia Federal, duas quadrilhas foram alvos da
operação em São Paulo nesta quinta-feira (10). A PF calcula que existam no
estado pelo menos 80 quadrilhas que atuam na fraude do benefício no estado.
“Essas organizações criminosas buscam financiamento para
atividades delituosas, então não é impossível de que nossos trabalhos que estão
em andamento ou mesmo nos trabalhos que já foram deflagrados e que vão ter uma
maior aprofundamento com base nas provas que nós obtivemos que a gente chegue
em facções criminosas também se beneficiando com esse tipo de fraude”, disse o
coordenador-geral da Polícia Fazendária, Cleo Mazzotti.
Paraíba; nove
mandados cumpridos
Na Paraíba foram cumpridos seis mandados de busca e
apreensão e três de prisão, em uma atuação no combate às fraudes ao auxílio
emergencial, instituto que teve mais de 60 milhões de beneficiados em
decorrência da pandemia do novo coronavírus ocorrida em 2020. Os mandados são
cumpridos em Patos, Campina Grande e João Pessoa e outros sete estados.
Estão sendo deflagradas ações nos Estados da Paraíba,
Espírito Santo, Bahia, Santa Catarina, Tocantins, Paraná, Goiás e Mato Grosso
do Sul.
As medidas são parte da chamada Estratégia Integrada de
Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE), da qual participam a
Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) o Ministério da
Cidadania (MCid), a Caixa, a Receita Federal (RF), a Controladoria-Geral da
União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (CGU), para identificar a
ocorrência de fraudes massivas e desarticular a atuação de organizações
criminosas.
No viés preventivo, a investigação detectou e bloqueou ou
cancelou o cadastramento de mais de 3,8 milhões de pedidos irregulares.
Deixaram de sair indevidamente dos cofres públicos, pelo menos, R$ 2,3 bilhões,
aí contabilizados apenas os pagamentos de uma parcela de R$ 600 do benefício.
Na Paraíba, a Polícia Federal identificou, na ação de hoje,
três células diferentes que atuavam nesse tipo de fraude no Estado, sediadas em
Patos, Campina Grande e João Pessoa. Ainda não é possível afirmar se havia
comunicação entre essas células. De acordo com as investigações, as três
células teriam desviado mais de R$ 113 mil, fraudando 171 benefícios, somente
entre os meses de maio e junho de 2020.
As apurações partem da análise dos pagamentos indevidos e
das tentativas de cadastramento irregulares, os quais são processados por
ferramentas de investigação da Polícia Federal em busca de fraudes
estruturadas. O objetivo é desarticular ações que causam graves malefícios ao
programa assistencial e, por consequência, prejudicam a população que
efetivamente necessita dos valores pagos pelo Governo Federal.
A Polícia Federal alerta à população que todos os pagamentos
indevidamente realizados são objeto de análise por parte dos órgãos de
controle, inclusive a própria PF. Quem requereu e recebeu indevidamente
parcelas do benefício sem preencher os requisitos do art. 2º da Lei nº
13.982/2020, devem realizar a devolução dos valores sob pena de serem
investigados criminalmente.= - G1.
Carlos Magno
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