O Reino Unido começou na terça-feira, 8 dezembro, a
vacinação contra Covid-19 e entre os primeiros a receberem a dose está uma
enfermeira brasileira que trabalha com religiosas em um asilo católico e chegou
a se mudar para a casa de repouso, para manter a saúde dos idosos.
Áurea de Souza, de 38 anos, é a responsável pelo Lar St.
Augustine’s, em Londres (Inglaterra), das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado
Coração de Jesus, que atende cerca de 50 idosos.

Por sua função, a brasileira está no primeiro grupo do cronograma
do governo para receber a vacina contra Covid-19, o qual inclui funcionários e
residentes de casas de repouso e asilos, pessoas com mais de 80 anos e
funcionários da linha de frente do sistema de saúde pública.
Em entrevista à BBC News Brasil, Áurea admitiu que no começo
ficou “um pouco apreensiva”, pensando “Como é que acharam uma solução tão
rápida para um vírus tão novo?”. Entretanto, disse acreditar “que essa é a nova
forma de viver, não vai ter para onde correr”.
“E, também, se é para os meus velhinhos terem oportunidade
de ver a família... Porque é muito difícil para eles”, afirmou, ao expressar
que sua primeira preocupação é o bem-estar dos idosos, e acrescentou: “Até
agora, desde março, nenhum dos meus velhinhos pode dar um abraço na família”.
Pelo cuidado com os idosos do Lar St. Augustine’s, Áurea
chegou a tomar uma decisão drástica em sua rotina. “Eu mudei para o asilo. Por
três meses, fiquei morando aqui dentro”, contou.
Nesse período, buscou manter a proximidade com os residentes
e animá-los. “Quando eu me mudei para o asilo, comecei a fazer festas, porque
sou muito apaixonada pelo meu trabalho. Os meus velhos estavam tristes, então
comecei a fazer carnaval, um monte de coisa para alegrar”, contou.
E, segundo Áurea, o que a mantém otimista assim é “a fé”.
“Eu poderia ter largado tudo e ido para o Brasil, mas eu amo muito esse
trabalho. Cheguei aqui muito nova, comecei (na Inglaterra) cuidando de
velhinhos. Para mim é uma história, eu amo muito o que faço, não é por
dinheiro”
Atualmente, a enfermeira não mora mais no asilo, mas admitiu
que continua com o medo de contaminar os residentes. “É uma responsabilidade
muito grande, às vezes vou para casa e não consigo nem dormir. A gente fica
sempre pensando no covid-19. Todo dia a gente vem trabalhar com medo, porque
não sabe o que vai acontecer”.
Entretanto, sublinhou que, diante dessa realidade, “a gente
põe a fé e a mão no coração e vem trabalhar” – ACI Digital.
Carlos Magno
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