Passadas duas semanas do segundo turno das eleições
municipais, o PSOL deu início à estratégia de nacionalizar a figura de
Guilherme Boulos, segundo colocado na disputa pela Prefeitura de São Paulo.
Boulos viajou ontem para Belém (PA) acompanhado do presidente
nacional do partido, Juliano Medeiros, para encontros com o prefeito eleito da
capital paraense, Edmilson Rodrigues (PSOL), e lideranças da esquerda. Uma
agenda de viagens pelo Brasil está prevista para início do ano que vem, a
depender das condições sanitárias em função da pandemia do novo coronavírus.
No Pará, o líder do MTST participou de um encontro com
representantes dos partidos que compuseram a aliança que levou Rodrigues à
vitória. Único prefeito de capital eleito pelo PSOL em 2020, ele foi um dos
poucos candidatos de esquerda que conseguiu reunir um amplo arco de alianças
ainda no primeiro turno com o apoio do PT, PDT, PC do B, Rede e UP.
A composição da frente que elegeu Rodrigues reforça a
intenção anunciada por Boulos de aproveitar a visibilidade conquistada na
eleição paulistana para trabalhar pela unidade da esquerda na disputa pela
Presidência em 2022. O PSOL estuda dar um cargo formal a Boulos na direção
partidária para facilitar a estratégia.
Um dos objetivos da viagem a Belém é conhecer as primeiras
medidas a serem adotadas pela nova administração e difundir pelo restante do
país. Na reunião de ontem com representantes dos demais partidos de esquerda,
Boulos lembrou que, apesar de ter perdido em várias capitais, o campo teve bom
desempenho em cidades como São Paulo, Porto Alegre, Recife e Fortaleza.
"Eu lembro que quando acabou a eleição de 2018 e o
(Jair) Bolsonaro ganhou teve um monte de gente que se apressou para dizer que a
esquerda estava morta, que não tinha espaço para as ideias de esquerda e que a
gente viveria um período longo de hegemonia dessa visão autoritária,
intolerante. Passaram só dois anos e a esquerda ganhou aqui em Belém com o
Edmilson, a esquerda foi ao segundo turno em São Paulo, mobilizou, encantou a
juventude. A esquerda disputou valores, porque não disputamos só votos. Nossa
disputa é cultural¨, disse Boulos.
A ideia inicial do PSOL era iniciar o giro pelo país logo
depois do segundo turno mas Boulos foi diagnosticado com a covid-19 três dias
antes da eleição e precisou cumprir quarentena – Estadão.
Carlos Magno
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