As mulheres negras têm 64% mais risco de serem assassinadas do
que brancas no Brasil. Segundo o Atlas da Violência 2020, para cada mulher
branca vítima de homicídio no ano passado, cerca de duas eram negras.
No ano passado, foram 1.326 mulheres mortas, uma alta de
7,1% na comparação com o ano anterior, de acordo com o Anuário de Segurança
Pública. Do total de vítimas, 67% tinham a mesma cor: negra. As informações são
da Folha.
As mulheres negras são muito mais vulneráveis ao
feminicidio, uma vez que elas representavam apenas 52,4% da população feminina
nos estados que compõem a base de dados do Atlas.
Embora o número de feminicidios tenha apresentado redução de
8,4% entre 2017 e 2018, se verificarmos o cenário da última década, veremos que
a situação melhorou apenas para as mulheres não negras, acentuando-se ainda
mais a desigualdade racial.
Entre 2008 e 2018, enquanto a taxa de homicídio de mulheres
não negras caiu 11,7%, a taxa entre as mulheres negras aumentou 12,4%.
Em 2018, 68% das mulheres assassinadas no Brasil eram
negras. Enquanto entre as mulheres não negras a taxa de mortalidade por
homicídios no último ano foi de 2,8 por 100 mil, entre as negras a taxa chegou
a 5,2 por 100 mil, praticamente o dobro.
Quando se observa o total de vítimas de homicídios, as
mulheres correspondem a 8% dos assassinatos, mas o risco para as negras de
serem vítimas é 64% maior do que para as brancas.
“A maior concentração de feminicídios entre as mulheres
negras reforça, mais uma vez, a situação de extrema vulnerabilidade
socioeconômica e à violência a que este grupo populacional está submetido”,
afirma o Anuário – Catraca Livre.
Carlos Magno
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