O bloco parlamentar formado pelo presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu indicar o deputado Baleia Rossi (SP) para ser
candidato ao comando da Casa, em fevereiro de 2021. A escolha foi marcada por
disputas internas e até mesmo por dissidências no grupo de Maia, que demorou
para definir o candidato.
Maia conseguiu formar um bloco com 11 partidos, que também
reúne siglas de esquerda, com o mote da união contra Bolsonaro e seu candidato,
o deputado Arthur Lira (Progressistas-AL), apesar das divergências nos rumos da
economia. Estão no grupo partidos com ideologias opostas, como PT e PSL – que
lançou Bolsonaro, em 2018 – DEM, MDB, PSDB, Cidadania, PV, PSB, PDT, PC do B e
Rede.
O presidente da Câmara tem procurado associar o bloco à
defesa da independência da Casa em contraposição ao que chama de “agenda
retrógrada” de Bolsonaro.
“Enquanto alguns buscam corroer e lutam para fechar nossas
instituições, nós aqui lutamos para valorizá-las. Enquanto uns cultivam o sonho
torpe do autoritarismo, nós fazemos a vigília da liberdade. Enquanto uns se encontram
nas trevas, nós celebramos a luz”, dizia trecho do manifesto de lançamento do
bloco, no último dia 18. “Essa não é a eleição entre o candidato A ou candidato
B. É a eleição entre ser livre e subserviente”.
O PT havia ameaçado vetar Baleia Rossi, presidente do MDB,
mas voltou atrás. Dirigentes e parlamentares petistas lembravam da proximidade
de Rossi com o ex-presidente Michel Temer e alguns avaliaram até mesmo que ele
havia ajudado a “articular” o impeachment de Dilma Rousseff.
Adversários de Maia observaram que tanto o deputado
Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB) quanto Baleia votam da mesma forma na
maioria das pautas na Câmara. De acordo com dados da Inteligov, plataforma de
monitoramento legislativo, o alinhamento entre os dois foi de 90% em 558
votações nas quais os dois estiveram, desde 2015.
O movimento por uma “solução casada”, na Câmara e no Senado,
para partidos que tentam se apresentar como contraponto ao presidente Jair
Bolsonaro também pesou para a opção por Rossi, que preside o MDB.
Desde que o Supremo Tribunal Federal (STF) barrou a
possibilidade de reeleição de Maia e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre
(DEM-AP), no último dia 6, a cúpula do DEM intensificou as negociações. A ideia
é formar uma aliança que mantenha a legenda no comando de uma Casa e lhe dê
protagonismo na montagem de uma frente de centro-direita, na eleição
presidencial de 2022.
No Senado, o candidato apoiado por Alcolumbre é Rodrigo
Pacheco (MG), líder do DEM. Com a estratégia de avalizar Rossi na Câmara, o DEM
espera que o MDB respalde a campanha de Pacheco no Senado. O problema é que a
bancada do MDB – a maior do Senado, com 13 integrantes – decidiu apresentar
chapa própria e tem quatro pré-candidatos à cadeira de Alcolumbre. Os
candidatos Fernando Bezerra Coelho, líder do governo no Senado, Eduardo Gomes,
líder do governo no Congresso, e Eduardo Braga, líder do MDB, são nomes bem
vistos por Bolsonaro. Já a senadora Simone Tebet corre por fora.
Na Câmara, o embate ficou ainda mais acirrado porque
Bolsonaro decidiu patrocinar a campanha do deputado Arthur Lira.
Para se contrapor a Lira, Maia queria rachar o Progressistas
e indicar o deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), mas sofreu resistências internas.
Integrantes da bancada do MDB disseram que, se o candidato não fosse Rossi,
despejariam votos em Lira – Estadão.
Carlos Magno
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