A Gol Linhas Aéreas retomou no último dia 09 de dezembro,
suas operações com o Boeing 737 MAX em rotas nacionais, após aprovação da
Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em novembro. O modelo estava impedido
de voar após dois acidentes, na Indonésia e na Etiópia, que mataram 346 pessoas
em 2018 e 2019.
De acordo com a companhia aérea, antes de reintegrar as
aeronaves à sua frota, foram realizados treinamentos para 140 pilotos em
conjunto com a Boeing, nos Estados Unidos, e uma "série rigorosa" de
voos técnicos.
A Gol aponta ainda que o 737 Max é "fundamental para os
planos de expansão" da empresa, por sua maior eficiência de combustível e
redução nas emissões de carbono, e que, até o final de dezembro, todas as 7
aeronaves da frota deverão estar liberadas para voar.
"O MAX está entre as aeronaves mais eficientes da
história da aviação e a única a passar por um processo completo de
recertificação, garantindo os mais altos níveis de segurança e
confiabilidade", disse Paulo Kakinoff, diretor presidente da Gol.
Aprovação da Anac
A Anac aprovou o retorno das operações do Boeing 737 MAX no
último dia 25 de novembro, e informou que está trabalhando com a empresa para
assegurar a implementação de qualquer adaptação necessária e treinamento de
aeroviários para garantir a segurança dos passageiros.
O retorno das operações foi permitido com a revogação de uma
Diretriz de Aeronavegabilidade de Emergência (número 2019-03-01) que proibia a
operação do avião da Boing no Brasil. A suspensão havia ocorrido em março de
2019.
Entenda a crise
A decisão de manter no chão as aeronaves 737 MAX em março de
2019, depois que acidentes mataram 346 pessoas na Etiópia e na Indonésia,
provocou ações judiciais, investigações do Congresso e do Departamento de
Justiça e cortou uma fonte importante de renda da Boeing.
Um painel da Congresso dos Estados Unidos concluiu, após 18
meses de investigação, que os dois acidentes com o Boeing 737 MAX resultado de
falhas da fabricante de aeronaves Boeing e da FAA. "Eles foram o terrível
resultado de uma série de suposições técnicas incorretas dos engenheiros da
Boeing, uma falta de transparência por parte da administração da Boeing e uma
supervisão grosseiramente insuficiente da FAA", concluiu o relatório.
Em meio à crise, a Boeing decidiu também rescindir em abril
de 2020 o acordo de compra da área da aviação comercial da Embraer, que previa
a criação de empresa conjunta de US$ 5 bilhões que teria controle da gigante
americana – G1.
Carlos Magno
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