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25/12/2020

Ex-marido preso em flagrante pela morte de juíza no Rio de Janeiro se cala na delegacia e só vai falar à Justiça, diz polícia


O ex-marido da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi , que foi preso em flagrante por feminicídio após matá-la a facadas, se calou na delegacia e disse que só vai se manifestar em juízo, segundo a polícia.

 

Paulo José Arronenzi foi preso na véspera de Natal e levado à Divisão de Homicídios, ainda no dia 24. De lá, foi transferido para um presídio nesta sexta-feira (25).



 

O crime ocorreu na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. A juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) foi esfaqueada na Avenida Rachel de Queiroz, na frente das três filhas do casal.

 

O assassinato foi registrado em um vídeo que circulou em redes sociais e foi analisado pelos policiais. Na gravação, as crianças pedem ao pai que parem de golpear a juíza.

 

Para a polícia, Paulo premeditou o crime. Isso porque foram encontradas três facas no carro dele. A que foi usada para matar a juíza, no entanto, não foi encontrada.

 

Em setembro, Viviane havia feito um registro de lesão corporal e ameaça contra o ex-marido, que foi enquadrado na Lei Maria da Penha. Ela chegou a ter escolta policial concedida pelo TJ-RJ, mas pediu para retirá-la posteriormente.

 

A juíza não foi a única mulher a denunciar o engenheiro para a polícia. Em 2007, uma ex-namorada dele registrou ocorrência policial porque estaria sendo importunada por ele, que não aceitava o fim do relacionamento.

 

Entidades jurídicas manifestam pesar

 

Em nota, o TJ-RJ disse que "lamenta profundamente" a morte da juíza Viviane Arronenzi, vítima de feminicídio.

 

Já a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (AMAERJ) e a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) emitiram nota conjunta em que expressam "extremo pesar" pelo que classificaram como "covarde assassinato da juíza". As entidades afirmaram que o crime não ficará impune.

 

"As entidades representativas do magistrados fluminenses e brasileiros se solidarizam com os parentes e amigos da pranteada magistrada. Este crime bárbaro não ficará impune, asseguramos", enfatiza a nota.

 

No mesmo comunicado, o presidente da AMAERJ, Felipe Gonçalves informou que, ainda na noite de quinta-feira, conversou com o secretário de Polícia Civil do Estado do Rio, delegado Alan Turnowski, e com o delegado Pedro Casaes, que esteve no local do crime.

 

"Posso afiançar: esse crime não ficará impune. O feminicídio tem o repúdio veemente da sociedade brasileira. O Brasil precisa avançar. O que ocorreu nesta quinta-feira na Barra da Tijuca é absolutamente inaceitável”, reiterou Gonçalves.

 

Já a presidente da AMB, Renata Gil, destacou sua "indignação e repulsa" diante do assassinato da magistrada.

 

"O feminicídio é o retrato de uma sociedade marcada ainda pela violência de gênero. Precisamos combater este mal”, enfatizou Renata Gil.

 

O Ministério Público do Rio de Janeiro também manifestou pesar pela morte da juíza e repúdio ao feminicídio. O órgão enfatizou que irá acompanhar as investigações a respeito do crime por meio da Promotoria de Justiça – G1.

 

Carlos Magno

 

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