O avanço da Covid-19 está se acelerando na Europa, com a
Bélgica superando as 20 mil mortes e a Alemanha, 40 mil, neste domingo (10). A
chanceler alemã Angela Merkel alertou que o pior ainda está por vir.
Desde que a China anunciou há um ano, em 11 de janeiro de
2020, a primeira morte por Covid-19, um homem que fazia compras frequentes em
um mercado de Wuhan, o vírus matou quase 2 milhões pessoas ao redor do mundo, e
mergulhou o planeta em uma crise econômica sem precedentes.
Um ano depois, a rápida disseminação de novas variantes mais
contagiosas tem provocado novas ondas epidêmicas e o risco de asfixia de
hospitais, como no Reino Unido, que superou a marca de 80.000 mortes, ou na
Alemanha.
As próximas semanas constituirão "a fase mais difícil
da pandemia", com equipes médicas trabalhando no máximo de suas
capacidades, alertou Angela Merkel. Mais de 80% dos leitos de terapia intensiva
do país estão ocupados.
Sobretudo porque, sublinhou a primeira-ministra alemã, o
impacto total da intensificação dos contatos sociais durante as festas de final
de ano ainda não é visível nas estatísticas.
A Bélgica superou neste domingo as 20.000 mortes ligadas ao
novo coronavírus. Metade era de residentes de lares de idosos. Com uma taxa de
1.725 mortes por milhão de habitantes, a Bélgica está em primeiro lugar no
mundo em mortalidade em comparação com sua população.
No Reino Unido, o sistema de saúde está "enfrentando
atualmente a situação mais perigosa de que podemos lembrar", alertou Chris
Whitty, diretor médico para a Inglaterra. "Se o vírus continuar nessa
trajetória, os hospitais estarão em dificuldades reais, e muito em breve",
disse.
À espera do desdobramento das campanhas de vacinação, cuja
lentidão é criticada, os governos, como na França ou na Suécia, endurecem medidas
para reduzir os contatos, sob o risco de agravar a crise econômica.
Inédito desde a gripe
espanhola
Na França, oito novos departamentos anteciparam o toque de
recolher para 18h, para desgosto das lojas de alimentos, juntando-se a quinze
departamentos que o fizeram no fim de semana passado. No resto do país, o toque
de recolher começa às 20h00. Em Mônaco, o toque de recolher será antecipado na
segunda-feira para 19h.
Quarenta casos de contaminação pela variante britânica já
foram detectados na França, incluindo uma família francesa que voltou da
Grã-Bretanha durante as férias.
Em Quebec, no Canadá, um toque de recolher noturno entrou em
vigor na noite de sábado (9) para conter a segunda onda de coronavírus, uma
medida sem precedentes no Canadá desde a epidemia de gripe espanhola há um
século.
A aceleração da epidemia obrigou a Suécia a romper com sua
política até então menos rígida. A partir deste domingo (10), o governo poderá
endurecer as medidas, incluindo instituindo o fechamento de lojas e restaurantes
em áreas específicas.
Mas as medidas também estão causando cansaço e revoltas: na
Dinamarca, onde os casos ligados à cepa mutante britânica estão aumentando,
protestos contra as restrições degeneraram em confrontos no sábado e nove
pessoas foram presas. "Liberdade para a Dinamarca, já chega",
gritavam os manifestantes.
Essas restrições têm como objetivo frear a disseminar antes
da implementação de campanhas massivas de vacinação que poderiam erradicar a
doença.
Para dar o exemplo, a rainha Elizabeth II, de 94 anos, e seu
marido, o príncipe Philip, 99, receberam no sábado a primeira dose da vacina
contra o coronavírus no Castelo de Windsor, onde estão confinados a oeste de
Londres.
Negacionismo suicida
O governo pretende que todos os adultos no Reino Unido sejam
vacinados até o outono (boreal) e já assumiu a liderança nessa corrida, com 1,5
milhão de pessoas já inoculadas.
País europeu mais atingido pela pandemia, com 80 mil mortes
e 3 milhões de casos, o Reino Unido está em uma corrida contra o tempo contra a
nova variante.
No Vaticano, o Papa Francisco, de 84 anos, anunciou no
sábado que seria vacinado "na próxima semana". Chamando as pessoas a
seguirem seu exemplo, ele denunciou "um negacionismo suicida" diante
da vacina.
A Índia pretende imunizar 300 milhões de pessoas ao lançar
em uma semana uma das maiores campanhas de vacinação contra a Covid-19 do
mundo. O gigante asiático é o segundo país mais afetado - depois dos Estados
Unidos - com mais de dez milhões de casos detectados.
Cuba, por sua vez, anunciou que deseja testar no Irã a
eficácia da Soberana 02, sua vacina candidata mais avançada.
Para ajudar os "países vulneráveis" a também ter
acesso às vacinas, o Reino Unido anunciou neste domingo que arrecadou de seus
aliados um bilhão de dólares (820 milhões de euros).
"Só estaremos protegidos desse vírus quando estivermos
todos seguros - é por isso que estamos nos concentrando em uma solução global
para um problema global", disse o ministro das Relações Exteriores,
Dominic Raab – G1.
Carlos Magno
VEJA TAMBÉM:
- Cheirar pum pode prevenir câncer, AVC,
ataque cardíaco, artrite e demência, diz estudo de universidade do Reino Unido
- Assassinato de moradores de rua em
Campina Grande-PB gera comoção: radialista faz artigo em homenagem a
"Maria Suvacão"
- UEPB vai ganhar curso de Medicina no campus de
Campina Grande. Veja detalhes
-Cliente que passar mais de 20 minutos em fila de
banco na Paraíba receberá indenização
- Jovem forja a própria morte para saber
"quais pessoas se importariam com sua ausência" e vem a público pedir
desculpas