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19/02/2021

Viúva de João Alberto, que morreu espancado por seguranças do Carrefour, diz viver pesadelo: “Depressão severa”


3 meses após homicídio de João Alberto em Carrefour de Porto Alegre, as chagas do crime violento que escancarou o racismo na sociedade brasileira ainda não foram curadas. Além da falta de celeridade para tratar do caso na justiça, a esposa da vítima, Milena Borges, 41, está sofrendo com depressão severa.

 

No dia 20 de novembro de 2020, os seguranças Giovani Gaspar da Silva, de 24 anos, e Magno Braz Borges, de 30 anos, espancaram João Alberto de Souza, que faleceu na própria loja. O caso teve repercussão de nível nacional por demonstrar como o racismo opera no nosso país.



 

Em entrevista ao G1 RS, Milena relatou que sofre e toma remédios após o crime. “Eu tinha uma rotina normal e, agora, é diferente, porque não consigo sair, trabalhar. Tomo medicação, coisa que não tomava. À noite, para mim, é complicado”, diz Milena. Ela acompanhava João no supermercado e, enquanto ele implorava por sua ajuda, ela foi impedida de prestar socorro e apartar os seguranças.

 

O advogado da viúva, Carlos Alberto Barata Silva Neto, afirma que ela tem problemas de saúde mental depois do evento. “A Milena está em depressão severa, segundo a psiquiatra. Não sai de casa. Quando sai, sai com alguém, porque tem medo de sair. Qual caso que houve morte por sufocamento na frente da esposa, dentro de um hipermercado de uma multinacional, gritando pelo nome da esposa e pessoas agarrando ela e não deixando ajudar? A gente tenta explicar que é um caso sui generis, uma exceção”, afirma.

 

Ainda não houve acordo entre o Carrefour e a família de Beto por uma reparação financeira da morte.

 

Caso segue sem resolução

 

Há 6 indiciados por homicídio triplamente qualificado: além dos seguranças, a chefe de fiscalização do supermercado à época, Adriana Alves Dutra, também está sendo acusada no processo. Segundo a denúncia feita pela Polícia Civil, ela ordenou a ação truculenta contra o homem negro e foi conivente com a atitude dos funcionários do mercado. Também estão indiciados Rafael Rezende e Kleiton Silva Santos, funcionários do Carrefour, e Paulo Francisco da Silva, da empresa de segurança terceirizada Vector, que prestava serviços ao hipermercado.

 

Segundo a juíza da 2ª Vara do Juri, Cristiane Busatto Zardo, o caso ainda está em fase de citação. Depois de apresentada a acusação, as defesas devem apresentar respostas à acusação. Então, serão marcadas as audiências que darão andamento ao processo na primeira instância – Hypeness.

 

Carlos Magno

 

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