A Petrobrás anunciou nesta segunda-feira, 1.º, o segundo
aumento no preço dos combustíveis em duas semanas, o quinto do ano, e o
primeiro após o anúncio da saída do presidente da estatal, Roberto Castello
Branco. Depois de um reajuste nos preços nas refinarias da estatal em
fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro disse que os aumentos eram excessivos e
divulgou pelas redes sociais a indicação do general Joaquim Silva e Luna para o
comando da companhia.
Agora, a estatal aumentou a gasolina em 4,8%, o diesel em 5%
e o gás de cozinha em 5,2%. No último aumento, em 19 de fevereiro, o diesel
subiu 15% e a gasolina 10%. Com o novo aumento, a gasolina acumula alta 41,6%
este ano e o diesel, de 33,9%; o gás de cozinha já está 17,1% mais caro em
2021.
Bolsonaro anunciou que ia zerar os impostos federais
(Pis/Pasep/Cofins) sobre o diesel e o gás de cozinha a partir desta segunda,
para amenizar o impacto dos reajustes de preços, mas até o momento nenhuma
medida nesse sentido foi divulgada. Mesmo se tivesse anunciado a queda de
impostos, o novo aumento anularia qualquer efeito para o consumidor.
De acordo com o analista da StoneX, Thadeu Silva, o aumento,
que começa a valer na terça-feira, 2, elimina uma defasagem que ainda existia
nos preços cobrados no Brasil em relação ao mercado internacional.
“Agora ele (o preço) está totalmente alinhado com o mercado
internacional, deixa uma janela aberta para as importações. O que falta agora é
uma declaração do governo sobre como fica a política de preço com a saída de
Castello Branco”, disse Silva ao Estadão/Broadcast.
A alta dos combustíveis foi o estopim para a saída do atual
presidente da Petrobrás, que pratica a política de paridade com os preços
internacionais (PPI), seguindo a cotação do petróleo e seus derivados no mercado
global. Depois de ter chegado a custar US$ 20 o barril no auge da pandemia,
entre abril e maio do ano passado, a commodity do tipo Brent hoje é negociada a
mais de US$ 60 o barril e vem dando sinais de continuidade de alta impulsionada
pelo otimismo, principalmente, em relação à economia norte-americana.
A partir de terça-feira, o litro da gasolina estará R$ 0,12
mais caro nas refinarias, subindo para R$ 2,60 o litro, alta de 4,8% em relação
ao preço anterior. O diesel terá reajuste de R$ 0,13 o litro, para R$ 2,71, um
aumento de 5%. O gás de cozinha passa a custar, nas refinarias, R$ 39,69 o
botijão de 13 quilos – Estadão.
Carlos Magno
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