Pesquisa realizada pela People’s Vaccine Alliance, um grupo
formado por várias organizações, incluindo a Anistia Internacional e a Oxfam,
indicou que o mundo precisará de novas vacinas contra a covid-19 em 1 ano ou
menos.
O estudo foi realizado de 17 de fevereiro a 25 de março, com
77 cientistas de 28 países.
Foram 66% os que disseram acreditar que os imunizantes
disponíveis hoje no mercado deixarão de ter eficácia em 1 ano por causa das
variações do vírus que estão surgindo, algumas mais transmissíveis e menos
sensíveis às vacinas.
Foram 33% os que indicaram que novas vacinas serão
necessárias em 9 meses.
“Novas mutações surgem todos os dias. Às vezes eles
encontram um nicho que os torna mais aptos do que seus antecessores. Essas
variantes de sorte poderiam transmitir de forma mais eficiente e potencialmente
evitar respostas imunes a cepas anteriores”, disse em um comunicado Gregg
Gonsalves, professor de epidemiologia da Universidade de Yale.
A atual safra de vacinas que receberam autorizações
emergenciais em diferentes partes do mundo é uma mistura de tecnologias novas e
antigas.
A abordagem mRNA, empregada pelas empresas Pfizer/BioNTech e
Moderna, pode ser ajustada rapidamente (dentro de semanas ou meses) para
combater novas variantes. No entanto, gargalos na fabricação podem ser um
problema.
Também, esse conjunto de vacinas está longe do alcance dos
países mais pobres, uma vez que os imunizantes são muito mais caros e exigem
estruturas mais caras para serem armazenados.
Enquanto países ricos, como o Reino Unido e os EUA, administraram
pelo menos uma dose de vacina para mais de 25% de suas populações, nações como
a África do Sul e a Tailândia nem sequer conseguiram vacinar 1% de suas
populações. Alguns países ainda não administraram nem a 1ª dose.
Devi Sridhar, professor de Saúde Pública Global da
Universidade de Edimburgo, disse que o mundo precisa vacinar o “maior número de
pessoas possível”.
“Quanto mais o vírus circula, mais provável é que surgirão
mutações e variantes, o que pode tornar nossas vacinas atuais ineficazes. Ao mesmo
tempo, países pobres estão sendo deixados para trás sem vacinas e suprimentos
médicos básicos, como oxigênio”, afirmou.
Anna Marriott, gerente de política de saúde da Oxfam, disse
que não vacinar os países mais pobres oferece risco para os mais ricos.
“Em muitas nações ricas, as pessoas vacinadas estão
começando a se sentir mais seguras, mas a menos que vacinemos todas as nações,
há um enorme risco de que a proteção oferecida pelas vacinas seja quebrada por
novas mutações.” – Poder 360.
Carlos Magno
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