O Carrefour informou, por meio de nota, que ofereceu à viúva
de João Alberto, homem negro morto por 1 segurança e 1 policial militar na
unidade do bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre, indenização de mais de R$ 1
milhão oferecida pela empresa.
De acordo com a rede de supermercados, Milena Borges Alves
recusou a quantia e estaria “insistindo, por intermédio de seus advogados, no
recebimento de valores não razoáveis”. A empresa sustenta que o montante
solicitado pela mulher está “fora dos patamares jurisprudenciais”.
João Alberto morreu em 19 de novembro de 2020, depois de ser
espancado pelos 2 homens. Na ocasião, ele era monitorado por funcionários do
mercado, enquanto fazia compras com Milena. Uma agente de fiscalização do
Carrefour disse à polícia que João era cliente da loja e que tinha atrito com
alguns funcionários. A versão, no entanto, é controversa. Uma operadora de
caixa, por sua vez, disse que nunca tinha visto a vítima até aquela data.
De lá para cá, o Carrefour vem tomando ações com o intuito
de se retratar em relação ao ocorrido. O CEO da rede no Brasil, Noel Prioux,
gravou um vídeo publicitário em que se desculpava pela morte de João e prometia
adotar medidas para a promoção da diversidade.
No dia 2 de fevereiro de 2021, a empresa inaugurou
oficialmente o site #NãoVamosEsquecer, que tem como proposta dar transparência
à sua atuação diante do caso. Foi publicado em data retroativa (dezembro) que a
empresa está oferecendo apoio à família da vítima, no entanto, desde então não
houve nenhuma atualização sobre como estão sendo as tratativas.
Em comunicado disparado para a imprensa, o Carrefour diz que
já fechou acordo com os quatro filhos, a enteada e a neta de João Alberto.
Segundo a empresa, eles concordaram com os valores oferecidos como
ressarcimento. Também é afirmado que o pai e a irmã da vítima já teriam
recebido suas indenizações.
A empresa diz que a viúva é a única parente que “vem
dificultando o consenso” e que o valor oferecido a ela “é bastante superior ao
estipulado para indenização por morte de familiar pelo Superior Tribunal de
Justiça”. Na conclusão da nota, a rede afirma que “segue firme no propósito de
uma composição e se propõe a pagar os honorários dos advogados da senhora
Milena, mesmo estando eles acima do padronizado pelo mercado e representando valor
relevante”.
O Poder360 tentou entrar em contato com Milena Borges Alves,
mas não obteve êxito – Poder 360.
Carlos Magno
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