Um estudante de 18 anos da Paraíba morreu, na madrugada
desta quinta-feira (22), vítima de Covid-19. Mateus Macedo Ferreira estava
internado há 82 dias para o tratamento da doença, mas não resistiu. De acordo
com a família, ele tinha sobrepeso e só saía de casa para o cursinho que fazia
em preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com o resultado de
742.18 pontos na prova, ele chegou a ser aprovado, na sexta-feira (16), para o
curso de ciências da computação, mas morreu antes de fazer a matrícula.
O tio do estudante, o jornalista Carlos Magno, contou que
Mateus foi internado inicialmente, na Clínica Santa Clara, em Campina Grande,
quando apresentou os sintomas da doença. Após 15 dias na unidade de saúde, ele
foi transferido para o Real Hospital Português, em Recife. Mateus foi
transferido para uma Unidade de Terapia Intensiva Aérea. Ele precisou ser
tratado com Oxigenação por Membrana Extracorpórea (ECMO), que é um pulmão
artificial.

Ainda de acordo com a família, o estudante era caseiro. Por
essa razão, Mateus pode ter sido infectado durante a ida ao local de prova para
fazer o Enem. O irmão de Mateus também fez o exame e foi aprovado para o mesmo
curso. Eles estudariam juntos a graduação em ciências da computação, na
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Quando o resultado do Sistema de
Seleção Unificada (Sisu) saiu, Mateus já estava internado e nem ficou sabendo.
Carreira
profissional: sonho interrompido
Os pais de Mateus, Magna Macedo e Gilvan Ferreira, são
pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em
Campina Grande. Segundo o tio, a carreira dos filhos foi influenciada pelos
pais pela proximidade com a tecnologia. Mateus e Miguel adoravam estudar e
pesquisar. Sempre descobriam novas informações.
Mateus estudava em uma escola particular de Campina Grande,
onde era reconhecido pelo desempenho e comprometimento com as atividades. Muito
dedicado, passava o dia estudando e se preparando para a prova que garantiria o
acesso à universidade. Resultado logo alcançado.

"No início a gente imaginava ser uma doença que pegava
as pessoas idosas ou mais fragilizadas. Agora a gente vê que a doença não
escolhe mais ninguém. Meu sobrinho suportou esse tempo todo de UTI porque ele
teve uma assistência médica muito boa. A doença foi tão violenta com Mateus que
ele não resistiu", disse o tio.
As palavras de Carlos Magno refletem a dor e angústia de
quem perdeu um parente para a Covid-19. Segundo ele, não esperavam que isso
acontecesse, principalmente por se tratar de um jovem de 18 anos, que estava
tendo um suporte médico singular e atípico.
"Precisamos alertar principalmente os jovens, que podem
não estar preocupados. Eles correm o risco quando não usam máscara, quando
aglomeram. Mateus se cuidava. Os pais estavam sempre reservados e orientando os
filhos sobre os cuidados. Sobre a necessidade de ficar em casa", ressaltou
– G1.
Carlos Magno
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