O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, participou de uma
coletiva de imprensa conduzida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na manhã
desta sexta-feira, 30. Ele disse que só a vacinação em massa é capaz de
amenizar a pandemia no País e apelou para que países com doses extras da vacina
contra a covid-19 enviem os imunizantes que estão sobrando ao Brasil.
Queiroga defendeu que o acesso à vacina deve ser
proporcional à gravidade da emergência de saúde em cada país. Dessa forma,
nações onde a transmissão do vírus está totalmente fora de controle, como no
Brasil, deveriam receber mais doses. “Apelo para aqueles países com doses
extras que compartilhem essas vacinas com o Brasil de modo a conter a fase
crítica da pandemia e evitar a proliferação de novas variantes”.
O ministro afirmou que não há atrasos na vacinação no Brasil
e que o País tem capacidade para vacinar até 2,4 milhões de pessoas por dia.
Esse patamar só não está sendo atingido, segundo Queiroga, em razão das
“dificuldades resultantes da escassez de vacina.” Ele disse que o País está
prestes a assinar um novo acordo de mais 100 milhões de doses com a Pfizer.
"Temos doses suficientes para o segundo semestre e é possível se garantir
que até o final do ano de 2021 tenhamos a nossa população inteiramente
vacinada."
As parcerias da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com a
AstraZeneca e do Instituto Butantan com a Sinovac para produção de vacinas em
território nacional foram exaltadas pelo ministro, que agradeceu à China pela
cooperação. “Contamos com a cooperação fundamental da República Popular da
China, que produz o IFA necessário e permite exportá-lo ao Brasil”, falou.
Sobre o impasse em torno da vacina Sputnik V, que teve
pedido de importação negado pela Anvisa, Queiroga disse que o governo vai
aguardar a palavra final do órgão regulatório e também do Supremo Tribunal
Federal (STF). Mariângela Simão, diretora-assistente da OMS, afirmou que a
organização já começou a colher informações sobre a vacina russa e pretende
fazer a análise do imunizante em julho.
A coletiva também abordou a situação crítica que o Brasil e
outros países latino-americanos enfrentam em razão da pandemia. Mariângela
expressou “extrema tristeza” pelas mais de 400 mil vítimas da covid-19 no
Brasil. “Infelizmente constatamos que muitas dessas mortes poderiam ter sido
evitáveis, assim como outras que virão, se a gente reduzisse a transmissão
comunitária do vírus”, falou.
Ciro Ugarte, diretor do Departamento de Emergências em Saúde
da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), disse que a América Latina e o
Caribe precisa receber mais vacinas e financiamento para comprar equipamentos
de proteção individual, remédios, oxigênio medicinal e testes de covid para enfrentar
possíveis novas ondas – Estadão.
Carlos Magno
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