“Há 107 anos, em 1º de maio de 1914, a Paraíba ganhou um
filho que mais tarde se destacaria entre os homens mais comprometidos com os
interesses da sociedade, em especial da classe trabalhadora. Pedro (o homem sem
medo que lutou por uma sociedade justa e igualitária) soube servir à causa
pública com dignidade, respeito e profissionalismo”. A afirmação da senadora
Nilda Gondim (MDB-PB) está expressa em posts de homenagem pelo aniversário de
107 anos de nascimento do seu pai e ex-governador Pedro Gondim.
“Sua ausência material data de 26 de julho de 2005 e ainda
hoje nos entristece. Mas o orgulho de saber quem foi e o que fez Pedro Gondim
nos conforta e estimula a jamais nos desviarmos dos seus ensinamentos, sempre
pautados na ética e no trabalho incansável em benefício da coletividade”,
comentou a senadora, e enfatizou: “Como filha e admiradora, sempre tive a
consciência da responsabilidade de tê-lo como pai, orientador e fonte de
inspiração. E isto alimenta minha determinação de sempre honrar seu nome e sua
história”.
O homem sem medo
Filho de Inácio Evaristo da Costa Gondim e de Eulina Moreno
Gondim, Pedro Moreno Gondim nasceu no dia 1º de maio de 1914 no Engenho Capim
Açu, em Alagoa Nova/PB. Pai de sete filhos – Hamilton, Sônia, Nilda, Rosa e
Pedro Gondim (in memória) – filhos do primeiro casamento com Ozanete Duarte, e
Gilson e Fábio (filhos do segundo casamento com Sílvia Gondim), teve 19 netos e
inúmeros bisnetos. Dentre os netos está o senador Veneziano Vital do Rêgo
(MDB-PB), o ministro Vital do Rêgo Filho, do Tribunal de Contas de União (TCU),
e a médica Rachel Gondim.
Casado com Sílvia Marques Gondim, o ex-governador da Paraíba
manteve-se lúcido até o final de sua vida, e até pouco tempo antes do seu
falecimento ainda cultivava o hábito de comparecer à sede da Ordem dos
Advogados do Brasil – Secção da Paraíba, para conversar com velhos amigos e
companheiros de profissão e de lutas políticas.
Atuação política
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de
Direito de Recife/PE, Pedro Moreno Gondim ingressou no Partido Social
Democrático (PSD) em 1945, e desde então escreveu para sua vida uma história de
atuação política de destaque e marcada pela coragem, pela ética e pela defesa
dos interesses dos paraibanos.
Pelo PSD foi eleito para o primeiro mandato de deputado
estadual em 1947 (legislatura de 1947 a 1951), quando integrou a Assembleia
Constituinte e quando se destacou como líder da oposição ao então governador
Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo, e ainda como defensor do desenvolvimento
agrícola do Estado.
Participante ativo da Coligação Democrática Paraibana –
aliança que envolveu o PSD e o PL, Pedro Gondim foi reeleito deputado estadual
em três de outubro de 1950 e ajudou a eleger governador o ministro José Américo
de Almeida. No governo de José Américo ocupou o cargo de secretário da
Agricultura e participou diretamente do processo de pacificação política do
Estado, chegando, em 1955, a ser eleito vice-governador na chapa encabeçada por
Flávio Ribeiro Coutinho.
Empossado no cargo de vice-governador no dia 31 de janeiro
de 1956, menos de dois anos depois, em 4 de janeiro de 1958, Pedro Gondim
assumiu o Governo do Estado em razão de problemas de saúde sofridos pelo
governador Flávio Ribeiro Coutinho. Nesse período iniciou-se na Paraíba um
movimento popular pela sua candidatura a governador, desafio aceito que o levou
a se desincompatibilizar do cargo de governador interino no dia 18 de março de
1960 para que sua candidatura não corresse nenhum risco.
No ato de sua renúncia, Pedro Gondim entregou o cargo de
governador ao então presidente da Assembleia Legislativa, deputado José
Fernandes de Lima – partidário de Janduhy Carneiro, nome defendido pelo PSD
para disputar o Governo do Estado. Pouco tempo depois Pedro foi expulso do
partido, perdendo com isso o apoio de inúmeros políticos, especialmente
prefeitos e empresários.
Mesmo assim não desistiu. Confiou no apoio popular à sua
candidatura e acabou derrotando Janduhy Carneiro com uma maioria de 25.488
votos. Enfrentando a força do então presidente da República, Juscelino
Kubitschek, e do então governador José Fernandes de Lima, além de prefeitos e
de empresas construtoras que realizavam as grandes obras federais na Paraíba,
Pedro Gondim foi eleito governador com 149.260 votos, contra 123.772 obtidos
por seu adversário.
Depois de governar a Paraíba pela força do voto popular,
Pedro Gondim se elegeu deputado federal em 1965, pleito em que apoiou o
governador eleito João Agripino. O mandato na Câmara dos Deputados ele exerceu
até o dia 07 de fevereiro de 1967, quando os seus direitos políticos foram
suspensos pelo então presidente Costa e Silva, sem prévia acusação e sem
direito de defesa.
Em 1985, durante o governo do ex-presidente José Sarney, foi
nomeado diretor do Banco do Nordeste – Assessoria.
Carlos Magno
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