O Canadá se tornou nesta quarta-feira (05/05) o primeiro
país do mundo a autorizar o uso da vacina da Pfizer-Biontech emcrianças de 12 a
15 anos. O anúncio foi feito pela Health Canada, departamento governamental
responsável pela política nacional de saúde, que descreveu a decisão como um
marco importante na luta contra a pandemia.
"Estamos começando a ver a luz no fim do túnel",
afirmou Supriya Sharma, conselheira médica chefe do Health Canada,
acrescentando que a vacina da Pfizer-Biontech é segura e eficaz para o grupo de
jovens.
Em dezembro, o Canadá já havia autorizado a aplicação do
imunizante em pessoas com 16 anos ou mais.
A Pfizer e a Biontech afirmaram recentemente que o estudo
clínico em crianças de 12 a 15 anos obteve eficácia de 100% após a segunda
dose. O estudo continuará monitorando os participantes por dois anos, para
obter mais informações sobre proteção e segurança a longo prazo.
Também está em andamento outro estudo sobre o uso da vacina
em crianças de 6 meses a 11 anos de idade. Os primeiros dados devem estar
disponíveis em setembro.
As autoridades canadenses colocaram como condição à
autorização que a Pfizer-Biontech continue fornecendo informações sobre a
segurança, a eficácia e a qualidade da vacina no grupo de idade mais jovem,
para garantir que seus benefícios continuem sendo demonstrados com a vacina no
mercado.
O Health Canada disse que vai continuar monitorando de perto
a segurança da vacina e tomará medidas se qualquer problema de segurança for
identificado.
O governador da província canadense de Alberta disse que vai
começar a inocular os jovens de 12 anos já na próxima segunda-feira.
Cerca de 20% dos 1.249.950 casos de covid-19 no Canadá foram
relatados em pessoas com menos de 19 anos.
Na semana passada, o laboratório alemão Biontech confirmou
ter pedido autorização para a aplicação de sua vacina nessa faixa etária nos
Estados Unidos. Na ocasião, a empresa disse que também submeteria o mesmo
pedido à Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
A perspectiva de imunizar as crianças e adolescentes antes
do início do ano escolar – que no hemisfério norte é no segundo semestre – traz
alívio para os pais que se revezam entre as exigências do ensino à distância e
seus próprios trabalhos em casa.
"É muito importante fazer com que as crianças possam
retomar suas vidas escolares normais e encontrar seus familiares e
amigos", disse disse o chefe da Biontech, Ugur Sahi.
Além da Pfizer-Biontech, a Moderna e a AstraZeneca também
estão testando suas vacinas em crianças e adolescentes. A Johnson & Johnson
afirmou que pretende iniciar os estudos com esse grupo em breve.
Eficácia em adultos
No Brasil, a vacina da Pfizer foi a primeira a receber o
registro definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No
entanto, começou a ser aplicada no Brasil em adultos com mais de 18 anos apenas
nesta semana, após a chegada do primeiro lote com um milhão de doses na
quinta-feira passada.
Segundo um estudo da Pfizer e da Biontech divulgado no
início de abril, a vacina contra a covid-19 permanece 91,3% eficaz em evitar o
contágio pelo coronavírus por pelo menos seis meses após a aplicação da segunda
dose.
De acordo com as empresas, o imunizante mostrou 100% de
eficácia na prevenção de casos graves até seis meses após a administração da
segunda dose, conforme critérios do Centro de Controle de Doenças dos Estados
Unidos (CDC, na sigla em inglês).
A eficiência da vacina da Pfizer foi comprovada também no
"mundo real", ou seja, numa campanha de vacinação em andamento. No
Reino Unido, um estudo com amostras de 1,6 milhão de vacinados mostrou que o
imunizante tem em média eficácia superior a 90% em evitar infecções
sintomáticas.
A vacina contra a covid-19 da Pfizer-Biontech, além disso,
funciona contra a variante brasileira do coronavírus, segundo um estudo feito
em laboratório e publicado em março na revista científica New England Journal
of Medicine – DW.
Carlos Magno
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