Um homem de 50 anos é acusado de dopar e estuprar a
sobrinha, de 12. Os crimes teriam acontecido em São José da Lapa, Região
Metropolitana de Belo Horizonte, onde os delitos são investigados pela Polícia
Civil. Nesta segunda-feira (7/6), a instituição anunciou a prisão do suspeito.
Em coletiva de imprensa, a delegada Nicole Perim, que
investiga o caso, explicou que o inquérito teve início com a denúncia feita
pela tia da menina, ao observar mudança no comportamento dela.
Foto: Divulgação/PCMG
“A tia materna morava nas proximidades e reparou que a
criança estava triste e emagreceu demais. Ela foi ao médico, que sugeriu
encaminhá-la à psicóloga. Durante uma das sessões, a criança relatou que o tio
abusava dela. A menina disse ainda que acreditava que ficava sedada porque ela
ficava ‘grogue’”, disse Nicole Perim.
Ainda de acordo com a delegada, o exame de corpo de delito
comprovou os abusos. “A criança está extremamente abalada, muito triste com a
situação. É uma das vítimas mais abaladas que atendemos aqui na delegacia”,
comenta Perim.
De acordo com a polícia, a garota morava com a avó, de 85
anos; a irmã gêmea e o tio materno, acusado de cometer os crimes. A delegada explicou
que os pais das meninas são viciados em drogas e não têm condição de criá-las.
No momento, as investigações não consideram a outra criança
da casa como vítima, já que ela negou os abusos à família. Com o avanço da
investigação, a possibilidade também será apurada. Por outro lado, há a
suspeita de que a idosa também tenha sido dopada.
Dopava a vítima
“A gente acredita que talvez a própria avó teria sido dopada
também. O tio era muito agressivo, viciado em álcool e drogas. A idosa tinha
muito medo dele e dormia no mesmo quarto com as meninas e trancava a porta. Ela
acredita que os abusos aconteciam na parte da tarde, quando a avó estava
dormindo e a outra criança estava fora fazendo reforço escolar”, acrescentou a
delegada.
A polícia ainda não conseguiu comprovar que o homem
utilizava alguma substância para dopar a criança e a avó, mas a mãe dele conta
que todos na casa tinham o hábito de tomar água no mesmo copo e mesmo filtro.
Segundo a avó da criança, a água do recipiente tinha “gosto amargo”.
No entanto, a delegada disse que durante as diligências, o
copo e o filtro já haviam sido lavados.
“A menina conta que ele mandava que ela tomasse água ou
chupasse uma bala com gosto estranho e pouco depois ela ficava meio ‘grogue’”,
detalha a delegada.
Ao ser preso, na quarta-feira (2/6) passada, o homem – que
não tem outras passagens policiais – não quis dar declaração. Inicialmente, ele
é investigado pelo crime de estupro de vulnerável. O inquérito segue para
apurar a eventual prática de outros delitos.
Trancadas em casa
A delegada Nicole Perim ressaltou que os abusos se tornaram
frequentes durante a pandemia, enquanto as crianças estão isoladas dentro de
casa.
“É importante a gente fazer este alerta para sociedade. No
primeiro sinal que a criança demonstrar e a gente perceber que a criança está
diferente, é preciso procurar as autoridades”, alertou.
A polícia orienta que, qualquer pessoa que tenha uma mera
suspeita de abuso, procure uma Delegacia de Polícia ou denuncie pelo Disque 100
ou pelo 181 (de forma anônima).
“Temos que proteger nossas crianças e romper este ciclo de
violência o mais rápido possível”, reforça a delegada – EM.
Carlos Magno
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