Como prometido, manifestantes romperam com o distanciamento
social na manhã deste sábado, 19, e foram às ruas em protesto contra o presidente
Jair Bolsonaro e a gestão do seu governo no combate à pandemia da Covid-19, que
bateu a triste marca de quase meio milhão de mortos.
Há registros de protestos em pelo menos onze capitais
durante a manhã e início da tarde, como Brasília, Rio de Janeiro, Recife,
Belém, Maceió, João Pessoa, Teresina, São Luís e Cuiabá. Cidades do interior,
como Juiz de Fora, em Minas Gerais, e Praia Grande, na Baixada Santista, por
exemplo, também foram às ruas pedindo o impeachment do presidente e a vacinação
em massa da população. Brasileiros nos EUA, Portugal e Inglaterra também
protestaram.
Foto: Instagram/CUT
Manifestações estão previstas ainda para esta tarde em
capitais como São Paulo, Salvador, Fortaleza, Natal e Porto Alegre. Às 14h o
protesto em Belo Horizonte havia começado na Praça da Liberdade, centro da
capital mineira. Às 15h, o protesto em Porto Alegre começou a concentração no
centro da cidade.
Partidos de oposição, centrais sindicais e movimentos
sociais prometeram um dia de protestos neste sábado em 400 cidades do país, a
exemplo do ocorrido no último dia 29, quando manifestantes estiveram nas ruas
para, além de protestar contra o presidente, criar uma narrativa de oposição
numérica aos passeios de motocicleta que Bolsonaro tem promovido nos finais de
semana pelo país.
Neste sábado não tem sido diferente. Manifestantes marcaram
presença em grande número em protestos até o momento pacíficos. Não há ainda
estimativa de público pelos organizadores.
Em Brasília, o protesto começou às 10h em frente ao Museu
Nacional e se dirigiu à Praça dos Três Poderes pela Esplanada dos Ministérios,
onde manifestantes ergueram faixas contra o elevado número de mortes registrado
no país pela doença. Houve a participação de indígenas.
No Rio de Janeiro, a manifestação se concentrou às 10h, em
frente ao monumento a Zumbi dos Palmares, na avenida Presidente Vargas, no
centro da cidade e depois seguiu em direção à Igreja da Candelária. O ato
terminou por volta das 14h. Os presentes defenderam também o fim das ações
policiais violentas nas favelas da cidade e homenagearam a modelo Kethlen
Romeu, de 24 anos, morta grávida por um tiro durante uma operação policial no
Complexo do Lins no início do mês.
A manifestação no Recife começou às 9h e, mesmo sob chuva,
as pessoas se reuniram na praça do Derby, no centro, e foram em caminhada pela
avenida Conde da Boa Vista. O protesto lembrou, entre outras questões, a
violência policial ocorrida na última vez que os manifestantes foram às ruas na
capital pernambucana, no dia 29 de maio.
Mais cedo pela manhã protestos ocorreram em João Pessoa,
Maceió, São Luís e Cuiabá. Além dos pedidos de impeachment e pela vacina, os
manifestantes também reivindicam auxílio emergencial de 600 reais e se
posicionam contra as privatizações e a redução dos direitos trabalhistas.
Em muitos locais os manifestantes pediam a volta do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder. O petista disse nas redes
sociais que apoiava a manifestação mas que não tinha se decidido se participaria
pessoalmente dos protestos – Veja.
Carlos Magno
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