O ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da
Saúde Roberto Ferreira Dias pagou fiança de R$ 1,1 mil e foi liberado na noite
desta quarta-feira (7) das dependências da Polícia Legislativa, onde estava
preso por determinação do presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz
(PSD-AM).
Dias prestou depoimento durante mais de sete horas à
comissão parlamentar de inquérito, desde o período da manhã. Foi preso sob a
acusação de mentir à CPI, o que caracteriza perjúrio (violação do juramento de
falar a verdade). A sessão terminou por volta das 18h.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
Roberto Ferreira Dias deixou a sede da Polícia Legislativa
do Senado às 23h11, acompanhado pela advogada em um carro preto. Ele permaneceu
no local por cerca de cinco horas.
O G1 apurou que Dias ficou em uma sala com mesa, cadeira,
café e estava sempre acompanhado da advogada. Ele recebeu a visita dos
senadores governistas Marcos Rogério (DEM-RO) e Marcos do Val (Pode-ÉS).
No local, o ex-diretor prestou depoimento sobre falas
supostamente falsas que deu durante a participação na CPI. O relatório do
depoimento foi encaminhado ao Ministério Público.
Ele foi detido com base em um artigo da lei de 1952, que
trata das comissões parlamentares de inquérito. O artigo diz que constitui
crime “fazer afirmação falsa” perante a CPI. O valor da fiança foi calculado
com base na renda do ex-gestor do Ministério da Saúde.
Após a prisão, senadores governistas chegaram a apresentar
questões de ordem ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a fim de
tentar reverter a decisão de Omar Aziz. Mas Pacheco afirmou que não cabia a ele
decidir sobre isso.
Antes de ser preso, Dias negou, durante o depoimento, ter
cobrado propina em negociação para aquisição da vacina AstraZeneca, conforme
foi denunciado pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti, e disse que não
fez pressão para que a vacina indiana Covaxin fosse liberada – G1.
Carlos Magno
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