Os servidores da saúde de Campina Grande realizaram, nesta
quarta-feira (21), uma mobilização na frente da Secretaria de Administração. O
objetivo foi para protestar contra o que consideram descaso da gestão municipal.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Públicos
Municipais do Agreste e Borborema – Sintab, a gestão municipal descumpre todos
os direitos da categoria – sequer oferece de forma suficiente e com qualidade,
equipamentos de proteção individual (EPIs) básicos. A mobilização também cobrou
do governo uma solução para os problemas que comprometem a carreira e colocam
em risco a vida destes trabalhadores.
Foto: Divulgação/Sintab
O ato, aprovado em assembleia virtual coordenada pelo Sintab
no último dia 15, aconteceu com número restrito de participantes e observando
todas as normas de segurança sanitária, como uso de máscaras e álcool 70 º,
para evitar contaminação pelo coronavírus.
Na abertura, o presidente do Sintab, Giovanni Freire,
detalhou os motivos da manifestação. “Não vamos nos calar porque a população
precisa saber do desrespeito com que estamos sendo tratados. O que mais
precisamos é garantia de direitos e todos os nossos direitos estão sendo
negados! O Plano de Cargos deve ser cumprido, as progressões há anos estão
paradas, recebemos equipamentos em quantidade insuficiente e de má qualidade,
que não protegem e têm levado os servidores a perder suas vidas. Por isso
estamos aqui hoje, é um grito de socorro à população”, destacou.
A desvalorização destes servidores também foi evidenciada na
fala do diretor de Comunicação do sindicato, Napoleão Maracajá. “Estamos aqui
com os servidores da saúde, que são peças fundamentais na crise causada pela
pandemia. Estes são os verdadeiros heróis do povo e o governo municipal não
garante um único direito! O povo de Campina Grande precisa tomar conhecimento
desta situação absurda!”, enfatizou.
Para o diretor de Política e Formação Sindical da
instituição, Franklyn Ikaz, o atual gestor municipal não demonstra interesse em
garantir esses direitos. “É inaceitável que enquanto o povo morre, o prefeito
vire as costas para esses trabalhadores e ao negar receber o sindicato, está
negando o direito do povo de ser assistido. As mortes têm culpados e os
culpados são gestores que não têm compromisso com a vida”, avaliou.
Realidade desumana
Uma realidade difícil de suportar, mas que ainda assim, não
diminui a dedicação dos profissionais de saúde efetivos do município, que, como
destacam eles próprios, não ocupam as ruas porque são desocupados, como infelizmente
julgam alguns, mas para lutar por direitos fundamentais que seguem sendo
negados. “Nós não queríamos estar aqui, nós queríamos estar nos nossos locais
de trabalho atendendo a população, mas somos obrigados a vir para frente da
Administração cobrar nossos direitos, porque entra governo, sai governo, nós
continuamos sendo tratados com desumanidade”, declarou uma agende de saúde
presente na manifestação e que terá sua identidade preservada, já que casos de
perseguição são recorrentes.
Por fim, o presidente Giovanni se solidarizou com as vítimas
da pandemia e enalteceu mais uma vez o trabalho dos profissionais de saúde.
“Queria ser solidário a todas as famílias das vítimas que perderam suas vidas
para o descaso na gestão da pandemia, entre eles, tantos profissionais de saúde
e o exemplo a ser seguido é o destes trabalhadores, temos os melhores
profissionais de saúde do país, comprometidos com a vida e com a segurança da
comunidade”, concluiu.
Nova mobilização
Novo ato dos servidores da saúde, novamente na frente da
Secretaria de Administração e respeitando todo o protocolo de biossegurança,
está agendado para a próxima terça-feira, 27, a partir das 9h30. Além disso, a
direção do Sintab continua tentando ser ouvida pelo prefeito Bruno Cunha Lima,
sobre os inúmeros e graves problemas que afetam a categoria – Assessoria.
Carlos Magno
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