O policial militar, de 35 anos, suspeito de executar a tiros
a prima, de 34, em Muriaé, na Zona da Mata, foi indiciado pela Polícia Civil de
Minas Gerais por homicídio duplamente qualificado, conforme aponta o
encerramento do inquérito. A identidade do policial não foi informada.
A manicure Nayara Andrade Rocha foi assassinada em seu local
de trabalho – um salão de beleza – no dia 1º de junho deste ano. Na ocasião, o
autor desembarcou de um veículo sem placas, furtou o celular dela e, em
seguida, atirou cinco vezes contra a vítima. Os disparos atingiram as pernas e
o tórax. Ela foi levada para o Hospital São Paulo, no município, mas teve a morte
confirmada em 3 de junho.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
“Iniciadas as investigações, elementos foram apurados sobre
a autoria delitiva de um policial militar, que, motivado pelo recebimento dos
prêmios dos seguros de vida, ceifou a vida da sua própria prima”, aponta a
polícia em inquérito encerrado nessa sexta-feira (6/8).
Fraude nas apólices
de seguro
Ainda conforme a Polícia Civil, o suspeito – para requerer
os pagamentos das apólices – havia se passado pela vítima no momento da contratação
dos seguros. Ele também teria assumido o lugar da mãe de Nayara, suposta
beneficiária. A Polícia Civil, quando
efetuou a prisão do suspeito em junho, informou que o valor segurado estava
estimado em mais de R$ 15 milhões.
“As diligências avançaram, e nós identificamos mais apólices
feitas em nome da vítima e chegamos ao valor de R$ 23 milhões”, explica
Glaydson de Souza Ferreira, um dos delegados responsáveis pelo caso, em
conversa com o Estado de Minas. A
Polícia Civil também disse que há indícios de oferecimento de vantagem indevida
por parte do investigado para “frear” as investigações.
Por fim, as diligências também apontaram que o policial
militar comprou o veículo utilizado no crime em Belo Horizonte e o trouxe para
Muriaé. Após o homicídio, o carro foi encontrado em Viçosa – cidade na qual o
suspeito havia deixado uma motocicleta para retornar a Muriaé após executar a
prima.
Crimes
Além do crime de homicídio, o PM também foi indiciado por
fraude processual, corrupção ativa e tentativa de estelionato. Ele segue detido
na unidade prisional de um batalhão da Polícia Militar, em Ubá, também na Zona
da Mata.
No dia 17 de junho, os investigadores já haviam prendido
outro suspeito de envolvimento no crime, de 39 anos. Ele foi localizado em
Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. À reportagem, o
delegado Glaydson de Souza confirmou que ele foi solto. O motivo, porém, não
foi esclarecido.
Segundo a Polícia Civil, o inquérito foi enviado ao
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para o oferecimento da denúncia – EM.
Carlos Magno
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