Um parecer médico, divulgado nesta quinta-feira (31), sobre
o que teria motivado a internação da cantora Paulinha Abelha, que morreu em 23
de fevereiro, afirma que as lesões renais apresentadas pela paciente não
possuem relação com o uso de medicamentos antes ou durante o período em que ela
estava internada.
A informação foi repassada ao g1, pelo assessor jurídico da
Banda Calcinha Preta, Wanderson dos Santos Nascimento.
O documento, assinado pelo médico Nelson Bruni C. Freitas,
contratado de forma particular pela banda, foi baseado na análise dos
prontuários médicos e cita que exames (como análise do liquor, líquido
encontrado no no cérebro e na medula espinhal) evidenciaram uma infecção no
Sistema Nervoso Central e indicam a hipótese diagnóstica de uma meningite não
decorrente de intoxicação medicamentosa.
Foto: Reprodução/Instagram
A conclusão do parecer corrobora o que consta na certidão de
óbito da cantora, que aponta quatro causas da morte: meningoencefalite,
hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite, sem apontar o que
levou a cantora a este quadro.
Além disso, o parecer cita que não há elementos para
concluir que uma intoxicação alimentar possa ter desencadeado a patologia da
paciente. Embora o médico explique que intoxicações alimentares possam causar
lesões renais, hepáticas e cerebrais, culminando em alguns casos com o óbito
dependendo da gravidade da doença e a virulência do agente patológico, a
avaliação é que este não foi o caso de Paulinha.
A análise do profissional diz também que não foi evidenciada
a presença de conduta médica inadequada durante o período de internamento da
cantora. Também aponta que não há elementos para estabelecer se a evolução da
doença poderia ter sido contido caso Paulinha tivesse procurado por atendimento
médico mais cedo, já que a evolução do quadro foi rápido e incontrolável.
O que diz o marido de
Paulinha
Através da assessoria jurídica da banda, o esposo de
Paulinha, Clevinho Santos, disse que dá por encerradas as investigações da
causa da morte dela.
“O momento agora é viver o luto, que não se conseguiu em
razão dessa angústia por respostas sobre o que causou a morte de Paulinha e
várias especulações que saíram na mídia. Agora de forma reservada o que a
família quer é descansar um pouco, refletir sobre essa perda precoce é
inestimável, e reunir forças para seguir em frente e acima de tudo honrar o
legado que Paulinha nos deixou”.
Outros exames
Exames da cantora já haviam sido divulgados pela assessoria
jurídica da banda, entre eles um teste toxicológico que testou positivo para
anfetaminas, — encontradas em remédio já utilizado pela cantora junto com
outros medicamentos para controle do peso — e barbitúricos, possivelmente
presentes em sedativos administrados durante a internação de Paulinha.
O resultado de uma biópsia indicou lesão hepática aguda com
inflamação e morte das células que formam o fígado, o que poderia ter sido
causado pelo uso de medicamentos para emagrecer. Entre eles, um estimulante
anfetamínico.
O resultado de um exame que avaliou a situação dos rins da
cantora Paulinha Abelha revelou que ela possuía lesões graves – g1.
Carlos Magno
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