O homem suspeito de aplicar o golpe do namoro em mulheres da
Serra do Rio Grande do Sul foi indiciado novamente por estelionato nesta
terça-feira (10). Após conclusão do inquérito em Farroupilha, em janeiro, o
indivíduo agora foi responsabilizado pela Polícia Civil de Caxias do Sul.
Dessa forma, o inquérito passa a ser analisado pelo
Ministério Público, que pode acusar o investigado pelo crime de estelionato ou
solicitar o arquivamento do caso.
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Em depoimento, Guilherme Selister se manteve em silêncio,
segundo a polícia. A defesa diz que o indiciado irá se manifestar durante o
processo.
"Era o esperado, pelo tipo de acusação que foi feita. O
Guilherme vai deixar para explicar durante o processo", diz o advogado do
indiciado, Marcos Peroto.
Conforme a delegada Thais Norah Sartori Postiglione Peteffi,
uma mulher que namorou ele por 60 dias relatou ter perdido R$ 60 mil para o
investigado. O homem, segundo a investigação policial, dizia ser profissional
de saúde para pedir dinheiro para mulheres com quem mantinha relacionamentos.
"A gente comprovou que ele nunca foi médico, nunca
trabalhou no hospital onde dizia ter trabalhado nem no Samu. Juntamos todos os
comprovantes que a vítima fez de depósitos para ele. Ele mentia dizendo que
precisava de ajuda financeira para pagar tratamento neurológico", diz.
Segundo o boletim de ocorrência registrado pela mulher, o
relacionamento começou em uma academia de ginástica de Caxias do Sul. A vítima
do golpe informou também que teria se afastado da própria família por pressão
do investigado, sendo induzida ao erro pelas histórias que ele contava.
Outros casos
O caso que culminou com o indiciamento em Farroupilha
ocorreu entre 2019 e 2020. Procurado pelo g1, o Ministério Público não havia se
manifestado sobre a análise do inquérito.
A moça que registrou a ocorrência diz ter perdido
aproximadamente R$ 80 mil para o investigado, que se apresentava como tenente
da Marinha e nutricionista de hospitais de Caxias do Sul e Porto Alegre.
"Ele te usa, de verdade. Ele te conquista e consegue
pegar todo o teu sentimento e fazer o que quiser", diz a mulher.
Uma segunda mulher, que não denunciou o caso à polícia, diz
que foi lesada em cerca de R$ 30 mil, além de ter bancado financeiramente
Guilherme Selister durante o relacionamento que durou oito meses em 2017. Os
casos têm um ponto em comum: começaram através de aplicativos de namoro e redes
sociais.
"Me afetou bastante psicologicamente e também
financeiramente. É difícil confiar nas pessoas", lamenta.
Outras pessoas que se dizem vítimas do investigado são donos
de uma academia que ele frequentava gratuitamente. Selister se inscreveu para
treinar no local, alegando estar passando por uma seleção como atleta da
Marinha. Os proprietários acabaram criando uma relação próxima com ele.
"Comemoramos o aniversário dele, viajamos juntos, ele
brigava com uma tal namorada e eu conversava com ela", diz a proprietária
da academia.
A confiança era tanta que o investigado teria sugerido ser
sócio da academia para obter um registro diferenciado para o local no Conselho
Regional de Educação Física (CREF). A desconfiança começou quando, relatam os
proprietários, tudo deu errado. A suposta formatura na Marinha havia sido
cancelada e as competições eram sempre adiadas.
"Quando descobrimos, eu falei com ele por mensagem: 'tu
tens noção do estrago emocional e financeiro que tu fez na nossa vida?'",
conta a dona da academia – g1.
Carlos Magno
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