O inquérito que apura a morte de Maria Fernanda foi
concluído pela Polícia Civil nesta segunda-feira (23/5). Os seis suspeitos
responderão por homicídio com dolo eventual - aquele que a pessoa prevê que
suas atitudes podem resultar na morte de uma outra pessoa, mas, mesmo assim,
prossegue com a ação, assumindo o risco de matar.
A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou seis pessoas pelo
crime de homicídio com dolo eventual de Maria Fernanda Camargo, de 5 anos, que
morreu após sofrer queimaduras em um ritual no dia 24 de março na cidade de
Frutal, no Triângulo Mineiro. As investigações da 3ª Delegacia Regional de
Frutal concluíram que o guia espiritual e seu auxiliar, além de parentes da
vítima - mãe, avós maternos e tia - assumiram o risco de matar a criança.
Foto: Divulgação/Polícia Civil
A mãe da vítima, a avó materna, a tia e o guia estão presos
na Penitenciária Professor Aloísio Inácio Oliveira, em Uberaba, a cerca de 130
quilômetros de Frutal. Já o avô de Maria Fernanda e o auxiliar do líder
espiritual respondem pelo crime em liberdade provisória.
“A PCMG requisitou ao Poder Judiciário pela conversão das
prisões temporárias em preventivas, sendo deferidos os pedidos referentes à
mãe, à tia, à avó e ao líder espiritual. Quanto ao avô da vítima e ao auxiliar
do líder espiritual, a Justiça concedeu liberdade provisória”, explicou a PCMG,
por meio de nota.
Primeira versão dos suspeitos foi de acidente doméstico À
época do crime, em 24 de março, os suspeitos disseram ao delegado de plantão da
Polícia Civil de Frutal que Maria Fernanda teria se ferido em um acidente
doméstico envolvendo álcool e uma churrasqueira.
“Contudo, as investigações apontaram que a vítima teria sido
utilizada em um ritual de evocação e incorporação de espíritos, na companhia
dos avós, da tia e da mãe”, destacou a nota da PC.
Ainda segundo a PC, o homem apontado como líder espiritual
teria jogado álcool com ervas no corpo da criança e, posteriormente, ateado
fogo usando uma vela, queimando-a viva”, complementou o comunicado.
A pequena Maria Fernanda morreu em decorrência de
queimaduras que atingiram quase 100% do corpo dela. Ela faleceu na madrugada de
quinta-feira, 25 de março,em um hospital de São José do Rio Preto (SP).
A vítima, que cursava o primeiro ano do ensino fundamental
da Escola Particular Vencer, em Frutal, foi sepultada no Distrito de Santo
Antônio do Rio Grande, conhecido como Lagoa Seca, em Fronteira (MG), a cerca de
60 quilômetros de distância – Correio Braziliense.
Carlos Magno
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