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25/06/2022

Bispo de Campina Grande revela pedido que fez pessoalmente ao papa Francisco, durante encontro no Vaticano


O Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, revelou na noite da última terça-feira (21), durante lançamento do primeiro de três volumes bibliográficos que contarão a história da Diocese de Campina Grande, ocorrido no Auditório Dom Anselmo Pietrülla, no Seminário Diocesano São João Maria Vianey, um pedido que fez pessoalmente ao papa Francisco.

 

Foi durante a visita do episcopado do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB NE2) ao Vaticano, no mês passado. Dom Dulcênio e os ouros bispos foram recebidos pelo Papa na Visita ad Limina Apostolorum dos 21 pastores – arcebispos, bispos e um administrador diocesano – das províncias eclesiásticas de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.



Foto: Reprodução/Instagram

 

Dom Dulcênio afirmou que, durante audiência com o papa, o Sumo Pontífice deixou claro que todos os bispos ali presentes poderiam perguntar o que quisessem e fazer, também, qualquer comentário que desejassem. Dom Dulcênio disse que, quando chegou a sua vez de falar, fez um pedido especial ao papa.

 

“Santidade, eu trago um recado dos padres da minha diocese, a Diocese de Campina Grande (falou enfatizando bem o nome da cidade). E eu sou um homem de recado: me deixe, por um bom tempo, em Campina Grande, porque os padres já estão cansados de tanta mudança. E o povo também”, pediu Dom Dulcênio, lembrando que as mudanças em relação aos bispos de Campina Grande foram muito frequentes, nos últimos anos.

 

Segundo Dom Dulcênio, o papa Francisco escutou o seu pedido e disse: “Já diz um Cardeal que existem bispos que estão de olho nas esposas dos outros, ou seja, nas dioceses dos outros”. Dom Dulcênio interveio: “não é o meu caso, Santidade, eu estou de olho na minha esposa, eu quero que me deixe em Campina”.

 

O bispo campinense disse que manifestou o desejo ao papa, mas sabendo que a decisão sobre mudança pertence ao pontífice e que os bispos, uma vez nomeados para outra diocese, são sempre obedientes à decisão do Vaticano. “Foi uma maneira de me manifestar, embora a gente sempre esteja aberto à Igreja. A coisa mais difícil é dizer não para a Igreja. Se o Santo Padre me pede, como pede aos demais, a obrigação nossa é dizer sim”.

 

Mesmo assim, Dom Dulcêmio afirmou que, ao final da visita, insistiu e buscou saber se o papa Francisco teria ficado com o pedido guardado em sua mente. “Quando, na saída, eu recebi um presente dele, uma medalha, eu olhei pra ele e disse: ‘o senhor está lembrado?’, ele respondeu: ‘Campina Grande’ (com a mesma ênfase adotada pelo bispo no início da conversa)”.

 

Dom Dulcênio afirmou aos presentes que contou essa história para demonstrar a sua alegria e satisfação em estar comandando a igreja católica em Campina Grande e que, por ele, permaneceria um bom tempo na cidade. “Essa história é de coração. Eu sou muito feliz aqui. É uma igreja viva. Vocês devem acompanhar o trabalho dos nossos padres. Temos realizado muitas coisas, mas não é o bispo. O bispo não faria nada se não tivesse os seus colaboradores tão eficientes, tão capazes, tão solícitos e tão unidos ao bispo”, finalizou Dom Dulcênio.

 

Carlos Magno

 

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