O Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de
Matos, revelou na noite da última terça-feira (21), durante lançamento do
primeiro de três volumes bibliográficos que contarão a história da Diocese de
Campina Grande, ocorrido no Auditório Dom Anselmo Pietrülla, no Seminário
Diocesano São João Maria Vianey, um pedido que fez pessoalmente ao papa Francisco.
Foi durante a visita do episcopado do Regional Nordeste 2 da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB NE2) ao Vaticano, no mês
passado. Dom Dulcênio e os ouros bispos foram recebidos pelo Papa na Visita ad
Limina Apostolorum dos 21 pastores – arcebispos, bispos e um administrador
diocesano – das províncias eclesiásticas de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio
Grande do Norte.
Foto: Reprodução/Instagram
Dom Dulcênio afirmou que, durante audiência com o papa, o
Sumo Pontífice deixou claro que todos os bispos ali presentes poderiam perguntar o
que quisessem e fazer, também, qualquer comentário que desejassem. Dom Dulcênio
disse que, quando chegou a sua vez de falar, fez um pedido especial ao papa.
“Santidade, eu trago um recado dos padres da minha diocese,
a Diocese de Campina Grande (falou enfatizando bem o nome da cidade). E eu sou
um homem de recado: me deixe, por um bom tempo, em Campina Grande, porque os
padres já estão cansados de tanta mudança. E o povo também”, pediu Dom
Dulcênio, lembrando que as mudanças em relação aos bispos de Campina Grande
foram muito frequentes, nos últimos anos.
Segundo Dom Dulcênio, o papa Francisco escutou o seu pedido e
disse: “Já diz um Cardeal que existem bispos que estão de olho nas esposas dos
outros, ou seja, nas dioceses dos outros”. Dom Dulcênio interveio: “não é o meu
caso, Santidade, eu estou de olho na minha esposa, eu quero que me deixe em
Campina”.
O bispo campinense disse que manifestou o desejo ao papa, mas
sabendo que a decisão sobre mudança pertence ao pontífice e que os bispos, uma
vez nomeados para outra diocese, são sempre obedientes à decisão do Vaticano.
“Foi uma maneira de me manifestar, embora a gente sempre esteja aberto à
Igreja. A coisa mais difícil é dizer não para a Igreja. Se o Santo Padre me
pede, como pede aos demais, a obrigação nossa é dizer sim”.
Mesmo assim, Dom Dulcêmio afirmou que, ao final da visita, insistiu
e buscou saber se o papa Francisco teria ficado com o pedido guardado em sua
mente. “Quando, na saída, eu recebi um presente dele, uma medalha, eu olhei pra
ele e disse: ‘o senhor está lembrado?’, ele respondeu: ‘Campina Grande’ (com a
mesma ênfase adotada pelo bispo no início da conversa)”.
Dom Dulcênio afirmou aos presentes que contou essa história
para demonstrar a sua alegria e satisfação em estar comandando a igreja
católica em Campina Grande e que, por ele, permaneceria um bom tempo na cidade.
“Essa história é de coração. Eu sou muito feliz aqui. É uma igreja viva. Vocês
devem acompanhar o trabalho dos nossos padres. Temos realizado muitas coisas,
mas não é o bispo. O bispo não faria nada se não tivesse os seus colaboradores tão
eficientes, tão capazes, tão solícitos e tão unidos ao bispo”, finalizou Dom
Dulcênio.
Carlos Magno
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