Foto: Reprodução/Redes Sociais
O Padre Zezinho, da Congregação do Sagrado Coração de Jesus,
fez uma postagem nessa quarta-feira (12/10), Dia de Nossa Senhora Aparecida,
denunciando ataques que ele, o papa Francisco e os bispos da Igreja Católica
vêm recebendo nas redes.
O padre afirmou que não vai dar mais espaço para
"católicos superpolitizados, irados e insatisfeitos" e está deixando
o Facebook até o fim do 2º turno da eleição presidencial, em 30 de outubro, que
será disputado entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT).
"Meus 81 anos, meus 56 anos de padre, meus 102 livros,
minha cultura religiosa, minhas mais de 2 mil canções nada dizem para eles.
Insistem que não lhes sirvo mais como padre e pregador para eles. Acharam
candidatos mais católicos do que Papas e bispos, cujos documentos nunca leram.
A Bíblia nada lhes diz. Só conhecem as passagens políticas que ajudem o seu
partido. Padre bom é o que vota como eles", disse o padre.
Em um post anterior, feito no mesmo dia, Padre Zezinho fala em
vídeo que "qualquer pessoa tem o dever de valorizar e elogiar o que existe
de bom no Brasil. Mas também o mesmo dever de denunciar e opinar contra o que
existe de errado no Brasil. Porque ficar quieto não resolve".
Ele recebeu comentários como "PT ficou roubando o
Brasil padre esquerdista nunca foi se pronunciar nas redes sociais" e
"E aí padre? TD bem? Sempre buscando o dinheiro do povo? Pois é o que mais
gosta de fazer com sua falsa bondade".
Conhecido por décadas de trabalho na Igreja Católica e considerado
precursor de padres cantores como Marcelo Rossi e Fábio de Melo, Padre Zezinho
tem 1 milhão de seguidores em sua página no Facebook. Ele afirma que é chamado
de "mau padre, comunista e traidor de Cristo e da Pátria" porque
ensina a doutrina social cristã.
"Dia 31 voltarei a conversar com os católicos serenos
que ainda querem catequese espiritual e social e comportamental. Os outros já
decidiram. Não querem estes livros que usamos para ensinar a fé católica",
escreveu. "Querem um Brasil direitista ou esquerdista, porque está claro
que não aceitam nenhuma pregação moderada que propõe diálogo político, social e
ecumênico."
Defesa da Igreja e do
Papa Francisco
Em 8 de outubro, o padre compartilhou uma citação do Papa
Francisco que diz que "um político nunca deve semear ódio e medo, mas
esperança". Ele diz que "uma certa noção de unidade do povo e da
nação, penetrada por diferentes ideologias, cria novas formas de egoísmo e de
perda do sentido social mascaradas por uma suposta defesa dos interesses nacionais".
Ele também afirma que "o amor, a justiça e a
solidariedade não se alcançam duma vez para sempre; hão de ser conquistados
cada dia" – EM.
Carlos Magno
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