Foto: Reprodução/Vatican News
Em entrevista exibida na quinta-feira (30/3) na rede
argentina C5G, o Papa Francisco falou sobre o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) e também sobre a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A gravação foi
feita antes da internação do religioso em um hospital de Roma, na última
quarta-feira (29/3), para tratar uma bronquite infecciosa.
De acordo com o Papa, o presidente Lula foi condenado pela
Justiça sem provas. O pontífice lembrou dos exemplos brasileiros quando
perguntado sobre o "lawfare", termo usado para definir o uso do
sistema de Justiça de determinado país para perseguição política de
adversários. O sacerdote ainda citou outros países, como Equador, Argentina e
Bolívia.
"O lawfare abre caminho nos meios de comunicação.
Deve-se impedir que determinada pessoa chegue a um cargo. Então, o pessoal o
desqualifica e metem a suspeita de um crime. Então, faz-se todo um sumário, um
sumário enorme, onde não se encontra [a prova do delito], mas para condenar
basta o tamanho desse sumário. 'Onde está o crime aqui?' 'Mas, sim, parece que
sim...' Assim condenaram Lula", afirmou o religioso.
Além disso, quando o entrevistador afirmou que Dilma foi
cassada em 2016 por um "ato administrativo menor", o líder da Igreja
Católica rebateu, afirmando que a ex-mandatária é "uma mulher de mãos
limpas, uma mulher excelente".
O papa ainda citou o "fumus delicti", termo
jurídico em latim para conceituar a comprovação de um crime por meio de
indícios suficientes de autoria, e ainda disse que "às vezes, a fumaça do
crime te leva ao fogo, outras vezes é uma fumaça que se perde porque não há
fundamento".
Por fim, quando o jornalista encerrou o assunto dizendo que
"inocentes são condenados", o pontífice ressaltou que "no
Brasil, isso aconteceu nos dois casos", referindo-se a Lula e a Dilma.
Para ele, "os políticos têm a missão de desmascarar uma Justiça injusta"
– EM.
Carlos Magno
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