Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A agência de viagens 123Milhas terá de explicar à Secretaria
Nacional do Consumidor (Senacon) os motivos que a levaram a cancelar pacotes de
viagem e a emissão de passagens para embarque previsto entre setembro e
dezembro.
O caso já vem sendo acompanhado pelo Ministério do Turismo
que, no sábado (19), informou que acionaria a Senacon para avaliar a conduta da
123Milhas.
Por meio de sua conta no Twitter, o secretário Nacional do
Consumidor, Wadih Damous, disse - nesta segunda-feira (21) - que vai notificar
a empresa para que dê explicações acerca do cancelamento de pacotes flexíveis
de viagem.
“Caso sejam identificadas irregularidades no ressarcimento
aos consumidores, abriremos processo administrativo que poderá resultar em
sanções à empresa”, tuitou o secretário.
“A empresa não pode, por exemplo, oferecer apenas a opção de
voucher para ressarcir os clientes, que têm o direito de optar pelo
ressarcimento em dinheiro. Consumidores que se sintam lesados podem encaminhar
reclamação através do site.
Em nota, o Ministério da Justiça lembrou que a modalidade de
venda de passagens - por meio de transferência de milhas - precisa atender
previsão do Código de Defesa do Consumidor.
“A cláusula contratual que permita cancelamento de forma
unilateral é considerada abusiva e consequentemente nula. O reembolso deve
garantir que os consumidores não tenham prejuízo e a opção por voucher não pode
ser impositiva, tampouco exclusiva. A devolução deve atender os valores pagos
com eventuais correções monetárias”, diz a nota do Ministério da Justiça ao
enfatizar que a empresa deve informar de forma clara a modalidade de reembolso.
Resposta
As manifestações do secretário e do Ministério da Justiça
respondem ao comunicado divulgado pela empresa na sexta-feira (18), quando
informou que suspendeu a emissão de passagens para embarque previsto entre
setembro e dezembro deste ano.
Na sequência, a 123Milhas disse que os valores já pagos
pelos clientes serão devolvidos em vouchers para compra na plataforma da
empresa. Os cancelamentos, segundo a agência de turismo, teriam ocorrido por
"motivos alheios a sua vontade".
“Nós entendemos que essa mudança é inesperada e lamentamos o
inconveniente que isso possa causar. Para nós, manter a sua confiança é o mais
importante. Por isso, estamos fazendo o possível para minimizar as
consequências deste imprevisto”, declarou a plataforma da empresa.
Também por meio de nota, o Ministério do Turismo disse que
acompanhará o avanço das investigações e que manterá os consumidores informados
– Pedro Peduzzi/Kleber Sampaio – Agência Brasil.
Carlos Magno
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