Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli
invalidou nesta terça-feira (6) todas as provas obtidas nos acordos de
leniência da Odebrecht. As informações sustentaram as ações e operações da
conhecida Operação Lava Jato, que teve mais de 70 fases. O acordo de leniência
- uma espécie de delação premiada - foi firmado em 2016, entre o Ministério
Público Federal e a Odebrecht. No ano seguinte, o acordo foi homologado pelo
então juiz Sérgio Moro.
Toffoli decidiu anular todos os documentos, que não podem
mais ser usados em ações criminais, eleitorais, cíveis ou de improbidade
administrativa. A decisão atende ao pedido da defesa do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva para ter acesso aos conteúdos.
Na determinação, o ministro da Suprema Corte dá dez dias
para que a Polícia Federal “apresente o conteúdo integral das mensagens
apreendidas na Operação Spoofing”, que trata de diálogos entre procuradores da
Lava Jato e o ex-juiz e atual senador Sérgio Moro. No documento, Toffoli chama
de “estarrecedora” a constatação “de que houve conluio entre a acusação e o
magistrado.
Outra determinação do magistrado é que a Advocacia Geral da
União (AGU) apure, “urgentemente, a conduta dos agentes públicos envolvidos” na
Lava Jato, diante da “gravidade da situação”. A AGU já informou que vai cumprir
a ordem e “após a devida apuração, poderá ser cobrado dos agentes públicos, em
ação regressiva, o ressarcimento à União relativo às indenizações pagas”, sem prejuízo
da apuração “de danos causados diretamente à União pelas condutas desses
agentes”.
O ministro do Supremo disse ainda que, diante da “gravidade
da situação”, “já seria possível, simplesmente, concluir que a prisão do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva poderia ser chamada de dos maiores erros
judiciários da história do país”.
“Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de
determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado, por meios
aparentemente legais, mas com métodos e ações ilegais", concluiu o
ministro – Sayonara Moreno/Cézar Nunes – Agência Brasil.
Carlos Magno
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