Transporte público é desenvolvimento, isto é uma premissa
indiscutível. Tenho escutado, visto e acompanhado com preocupação o
enfraquecimento e até o desmantelamento do sistema de transporte coletivo de
Campina Grande, basta dizer que os dados oficiais divulgados pelos consórcios
permissionários do serviço apontam que neste ano de 2018, aproximadamente 6
milhões de usuários deixaram de viajar de ônibus o dado é assustador, afinal,
cidade desenvolvida tem transporte coletivo eficiente, o momento é realmente
muito complexo.
Ainda de acordo com os dados divulgados recentemente, os
operadores do transporte mostraram que o combustível representa, na planilha de
custos 27,6 %; enquanto que a despesa com pessoal contribui com, 28,8%; já a
depreciação dos veículos peças e acessórios acrescem 5,6%; e 7,4 %
respectivamente.
O Brasil anda mesmo na contramão dos países desenvolvidos,
onde o custo é elevado para quem utiliza o carro particular como forma de
subsidiar parte dos gastos com o coletivo. Em nosso país, se faz exatamente o
contrário: barateamos a manutenção do veículo individual, oferecemos incentivos
fiscais para sua aquisição e nos esforçamos ao máximo para dar trafegabilidade
a estes carros em nossas cidades.
Já para o transporte coletivo, elevam-se os custos da
manutenção e, salvo honrosas exceções, pouco se faz para implantar faixas
exclusivas e corredores de ônibus. No mínimo, temos que garantir que os ônibus
- que ocupam apenas 30% do espaço urbano e transportam mais de 70% da população
- trafeguem com eficácia, o veículo particular ocupa 70% do espaço das cidades
e leva apena 30% da população, isto
mostra que algo está errado e porque os países desenvolvidos preferem o coletivo.
Em relação às tarifas, a realidade é ainda bem mais
complexa. Segundo os empresários, o setor de transportes vem acumulando
defasagem ano a ano, visto que, os valores tarifários fixados, revisados e
reajustados pelo poder público, não têm acompanhado os aumentos dos custos de
operação, que envolvem mão de obra, impostos, despesas administrativas,
combustíveis, lubrificantes, pneus e peças de reposição. Estes componentes têm
sofrido majoração de preços, o que torna quase inevitável o aumento das
tarifas, salvo se o poder público subsidiasse parte da tarifa, tal como é feito
em todas as grandes cidades do mundo e também em algumas capitais brasileiras.
O momento é de união, temos que fugir dos radicalismos, no
entanto a moda radical está em voga no país, mas, ou se rompe estas barreiras e
os vários setores da sociedade (leia-se empresários, poder público, sindicatos
e outras representações populares) se unem ou teremos graves problemas para as
cidades e principalmente para a população, não acredito que ações isoladas de
marketing resolvam o problema, podem contribuir para amenizar, é aquilo que se
chama de alinhavo, pois, o verdadeiro nó é muito mais difícil de desatar, agora
não é impossível.
Josinaldo Neves, Jornalista.
Carlos Magno
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