O deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro
(PSP-RJ) não compareceu nesta quinta-feira (10) ao Ministério Público do Rio de
Janeiro para depor sobre a movimentação financeira atípica de funcionários do
seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) registrada em relatório
do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Na terça-feira (8), familiares de Fabrício Queiroz –
ex-motorista e assessor de Flávio e que movimentou em sua conta R$ 1,2 milhão,
segundo o Coaf – também não foram ao Ministério Público.
Em publicação nas redes sociais no início da tarde desta
quinta, o senador eleito afirma que foi notificado apenas na segunda-feira (7)
e que tem todo o interesse em esclarecer o caso, apesar de não ser investigado
por qualquer crime. Como portador de foro privilegiado, ele pode escolher data,
horário e local.
"Como não sou investigado, ainda não tive acesso aos
autos, já que fui notificado do convite do MP/RJ apenas no dia 7/Jan, às 12:19.
No intuito de melhor ajudar a esclarecer os fatos, pedi agora uma cópia do
mesmo para que eu tome ciência de seu inteiro teor", diz o comunicado.
"Ato contínuo, comprometo-me a agendar dia e horário
para apresentar os esclarecimentos, devidamente fundamentados, ao MP/RJ para
que não restem dúvidas sobre minha conduta. Reafirmo que não posso ser
responsabilizado por atos de terceiros, como parte da grande mídia tenta, a
todo custo, induzir a opinião pública."
Em nota, o Ministério Público informou que Flávio Bolsonaro
pediu nesta quinta uma cópia integral da investigação. Segundo o órgão, a
solicitação do deputado estadual foi feita em resposta ao ofício encaminhado em
21 de dezembro à presidência da Alerj pelo procurador-geral de Justiça.
O MP confirma que Flávio Bolsonaro informará local e data
"para prestar os devidos esclarecimentos que porventura forem
necessários" e esclarece que as investigações prosseguem com a realização
de investigações sigilosas e depoimentos de outras pessoas relacionadas aos
fatos.
Caso Coaf
O documento do Coaf foi anexado à investigação que resultou
na Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro que
prendeu dez deputados estaduais.
Além do gabinete de Flávio Bolsonaro, funcionários de outros
21 deputados também apareceram no relatório do Coaf. A movimentação financeira
total entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, segundo o documento, foi de mais
de R$ 207 milhões.
No total, foram identificados 75 servidores e ex- servidores
da Alerj que apresentaram movimentação financeira suspeita registrada em contas
de suas titularidades.
Além disso, foram citados neste relatório outros 470
servidores e ex- servidores da assembleia na condição de remetentes ou
destinatários de recursos – G1.
Carlos Magno
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