Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro cobraram na
noite desta sexta-feira, 17, que o deputado estadual e senador eleito Flávio
Bolsonaro (PSL-RJ) explique 48 depósitos em dinheiro feitos em uma conta dele
entre junho e julho de 2017 somando R$ 96 mil e que, se necessário, assuma a
responsabilidade por eventuais erros. Na avaliação desses assessores, no
entanto, as denúncias envolvendo o nome de Flávio são parte de uma campanha
para tentar atingir a família e o governo Bolsonaro.
O Jornal Nacional, da TV Globo, divulgou um trecho de um
relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre
movimentações bancárias suspeitas de Flávio. O documento traz depósitos feitos
em cinco dias, em curtos intervalos de tempo, e sempre no mesmo valor: R$ 2
mil. No dia 9 de junho de 2017, por exemplo, são 10 depósitos feitos em um
período de cinco minutos, entre 11h02 e 11h07.
Auxiliares do Palácio do Planalto reforçam que o presidente
não tem responsabilidade sobre o caso. Para eles, o fato de Flávio ter
recorrido ao Supremo Tribunal Federal para suspender as investigações contra o
ex-assessor Fabrício Queiroz, que trabalhou para o senador eleito, já havia
sido um “tiro no pé” e acabou criando um problema para o governo. A medida foi
considerada equivocada porque provocou um fato político desnecessário.
Na noite desta sexta, depois da divulgação do relatório do
Coaf citando movimentações suspeitas na conta de Flávio, auxiliares do
presidente avaliavam que o parlamentar deveria se explicar o mais rápido
possível para evitar uma “sangria” política do governo, principalmente às
vésperas da viagem de Bolsonaro a Davos para participar do Fórum Econômico
Mundial.
Em entrevista ao Jornal da Record, gravada antes de o
relatório do Coaf ser divulgado, Flávio disse que “não tem nada a esconder de
ninguém”. Justificou que recorreu ao Supremo por ser um direito. “Não estou me
escondendo atrás de foro nenhum. O Ministério Público deveria ter informado ao
Supremo Tribunal Federal, que é o órgão competente para dizer onde a
investigação tem de ficar”, afirmou Flávio – Estadão.
Carlos Magno
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