O ministro brasileiro da Justiça e Segurança Pública, Sergio
Moro, negou nesta quinta-feira (21) ter mudado de posição sobre a gravidade da
prática de caixa 2, em relação ao crime de corrupção. Em Paris, onde participa
de reuniões do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e
Financiamento do Terrorismo (GAFI), ele declarou que “sempre falou que ambos
eram graves”.
Na terça-feira (19), ao anunciar seu pacote de medidas
contra a corrupção ao Congresso, o ministro apresentou um plano dividido em
três partes, que separa a criminalização do caixa 2, devido à pressão dos
políticos. Ele explicou a proposta afirmando que “alguns políticos se sentiram
incomodados de [o caixa 2] ser tratado junto com a corrupção e o crime
organizado”. No passado, ele chegou a dizer que o caixa 2 era até “pior” do que
a corrupção.
Nesta quinta-feira, questionado por jornalistas, Moro
reiterou que “caixa 2 não é corrupção”. “O que eu disse naquela época [quando o
juiz que comandava a Lava Jato] foi que a corrupção, quando o dinheiro da
propina é dirigido ao financiamento ilegal das eleições, é pior do que o
enriquecimento ilícito. É um outro crime", explicou. “Corrupção sempre tem
a contrapartida. Você recebe uma vantagem em dinheiro em troca de uma
contrapartida ilegal por parte agente público. O caixa 2 é você receber o
dinheiro e utilizar recursos não contabilizados para fim de eleições.”
Moro não quis especificar que forças políticas pressionaram
para que o pacote fosse fatiado. Ele reiterou que o plano visa “a criminalização
mais adequada do caixa 2” e “o resto é conversa”, atribuindo a suposta mudança
de posição a um entendimento “equivocado” da imprensa.
Movimentos sociais
não serão tratados como terroristas em nova legislação
O ministro também garantiu que, com a aprovação do pacote de
leis contra o terrorismo, nesta quarta-feira (20) no Senado, não haverá brechas
para que movimentos sociais sejam considerados terroristas. Organizações não
governamentais temem que, com o endurecimento da legislação, atos promovidos
por movimentos sociais e até manifestações possam ser enquadrados como atos
terroristas, em especial quando acabam em confrontos e em violência.
“Posso assegurar 100%. É um receito absolutamente
infundado”, disse Moro. “Nós estamos falando de grupos terroristas assim
considerados pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Não existe nenhuma
margem de possibilidade de algum movimento social ser considerado com tal pelas
Nações Unidas. São organizações terroristas como o [grupo] Estado Islâmico e Al
Qaeda o alvo da nova legislação”, sublinhou.
A aprovação do pacote é uma prerrogativa para que o Brasil
possa continuar fazendo parte do GAFI. O projeto agora precisa apenas da sanção
do presidente Jair Bolsonaro, o que deve ocorrer nos próximos dias, segundo o
ministro da Justiça – MSN Notícias.
Carlos Magno
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