O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou
nesta sexta-feira (8) que a instalação de lombadas eletrônicas nas estradas
federais será reavaliada.
"Nós vamos investir em segurança, nós vamos investir em
melhoria geométrica, vamos investir em manutenção da via, vamos investir em
sinalização agressiva, e lombada vai ter onde for absolutamente necessário,
onde o ponto crítico é decorrente do excesso de velocidade", disse, em
visita ao Maranhão.
Um dia antes, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que esses
equipamentos não seriam mais instalados nas rodovias.
O que disse Bolsonaro
“Decisão nossa: não teremos mais nenhuma nova lombada
eletrônica para o Brasil. As lombadas que porventura existam ainda, que são
muitas, quando forem perdendo sua validade, a princípio... A princípio, não.
Não serão renovadas”, afirmou o presidente na última quinta (7).
Bolsonaro citou como exemplo a Rodovia Rio-Santos e criticou
o excesso de lombadas nas estradas: “Há uma quantidade enorme de lombadas
eletrônicas no Brasil. É quase impossível você viajar sem receber uma
multa".
"E a gente sabe que, no fundo - ou desconfia - que o
objetivo não é diminuir acidentes. Não é, porque hoje se está muito mais
preocupado em se olhar para o lado, para o barranco, para ver se tem uma
lombada eletrônica, do que para ver a sinuosidade das pistas”, disse.
O presidente afirmou ainda que, nas rodovias sob concessão,
as empresas passaram a explorar o serviço de monitoramento de velocidade em
detrimento da manutenção.
“Um percentual do arrecadado em pedágio a empresa tem que
aplicar em manutenção: tapar buraco, pintar, fazer o meio-fio, entre outras
coisas. E as empresas agora descobriram que o monitoramento pode fazer parte
desse tipo de serviço. E o que é que é o monitoramento? São as lombadas
eletrônicas. Se gasta muito dinheiro com lombada eletrônica, arrecadado por
pedágio, que, no fundo, vai dar mais lucro para quem está realmente explorando
aquela lombada eletrônica e você fica com um péssimo trabalho no tocante,
então, à manutenção das rodovias”, disse.
O que diz o ministro
Para Tarcísio Gomes de Freitas, "há de se ter a
transição de faixa de velocidade, então vai haver uma racionalidade técnica no
que diz respeito à instalação desses radares, e isso vale para rodovia
concedida e para a administração federal".
O ministro entende que há lombadas em pontos desnecessários.
“Não faz sentido ter contrato na casa de bilhão de reais para fazer controle de
velocidade. Onde é que o controle de velocidade é importante? Nos pontos
críticos que em que o excesso de velocidade é o maior causador de mortes”,
avaliou.
“Às vezes, o acidente não está relacionado ao excesso de
velocidade, mas à condição de geometria. Às vezes as lombadas estão instaladas
em locais que já têm uma restrição geométrica. Ora, a própria restrição
geométrica causa a redução da velocidade e por que raios a gente tem uma
lombada ali? Então, não faz sentido”, concluiu.
Freitas disse ainda que o excesso de lombadas gera um
problema também para o processamento de multas. “Se começou a botar lombada,
lombada, lombada, lombada, a deficiência de geometria queria se resolver com a
lombada, a deficiência de sinalização queria se resolver com a lombada e, no
final das contas, se criou uma grande dificuldade para o órgão conseguir
processar essa quantidade de multas”, afirmou. “Como a inadimplência é alta, se
gasta mais dinheiro no processamento do que propriamente com a própria
arrecadação. Então, tem alguma coisa desequilibrada, tanto do ponto de vista
técnico quanto do ponto de vista financeiro.”
Freitas foi ao Maranhão para vistoriar obras de duplicação
da BR-135 e também se reuniu com a superintendência do Departamento Nacional da
Infraestrutura de Transportes (Dnit) no estado – Auto Esporte.
Carlos Magno
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