A costureira Maria Rosemeire de Santana, de 38 anos, foi
morta a tiros na noite desta terça-feira (2), dentro de sua casa, na frente de
seus dois filhos e da mãe dela em Juazeiro do Norte, na região do Cariri. O
suspeito é seu o ex-companheiro da vítima, Severo Manoel Dias Neto, 39, pai das
crianças, que está foragido. O casal havia se separado ano passado, mas ele não
aceitou o fim da relação.
O crime aconteceu, por volta das 20h, no conjunto do
programa Minha Casa, Minha Vida, no bairro Brejo Seco. De acordo com a irmã da
vítima, Roselania Santana, a costureira estava sentada na calçada, conversando
com os vizinhos, quando percebeu a chegada do ex-marido. Imediatamente, ela
correu e se trancou dentro do imóvel. No entanto, Severo arrombou a porta e
entrou dentro da casa atirando.
“Não tinha para onde correr para canto nenhum. Depois, ele
saiu na maior tranquilidade, com a arma na mão, com sangue frio, e fugiu com um
comparsa”, afirma. As duas crianças, de 7 e 12 anos, ao verem o ataque do pai,
deitaram-se no chão com medo de também serem alvos. Rosemeire chegou a ser
socorrida para o Hospital Regional do Cariri (HRC), mas morreu minutos depois.
Denúncia de ameaça
Roselania conta que Severo, que está desempregado, já havia
ameaçado sua irmã diversas vezes. No dia 21 de junho de 2018, a vítima havia
registrado o crime de ameaça. Através da Justiça, ela conseguiu uma medida
protetiva, que foi descumprida, pelo menos duas vezes, no dia 21 de novembro do
ano passado e no dia 15 de janeiro deste ano.
“Ele cansou de ameaçar minha irmã, minha família: ‘Você vai
me pagar!’. Queria saber se ela tinha alguém. Passava atirando para cima. Minha
irmã deu parte e ele foi preso. Ficou 10 dias, mas pagaram a fiança. Ele ficou
frequentando a casa, mesmo assim”, lembra a irmã. Contrariada, Rosemeire
justificava que ele era pai de seus filhos e permitia as visitas, mesmo com a
medida protetiva.
A Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte
instaurou um inquérito para investigar o caso. A Polícia Civil aguarda o
suspeito para prestar depoimento nas próximas horas. Se isso não acontecer,
será representado um pedido de prisão preventiva. “A gente não tem notícias do
seu paradeiro, infelizmente. Durante a investigação do primeiro descumprimento
da medida, ela veio à delegacia e prestou depoimento falando sobre a situação”,
lembra o escrivão Mario Gomes.
Este é o primeiro caso de feminicídio de Juazeiro do Norte
em 2019. Nos últimos quatro anos, cinco crimes desta natureza foram registrados
no Município – G1.
Carlos Magno
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