A Secretaria de Governo divulgou uma nota na noite desta
sexta-feira (26) na qual informou que peças de propaganda de empresas estatais
não precisarão ser submetidas à Presidência da República porque isso feriria a
Lei das Estatais.
A nota foi divulgada após o secretário de Publicidade e
Promoção, Glen Lopes Valente, ter enviado um e-mail a empresas – como Petrobras
e Correios – determinando que as peças de propaganda fossem submetidas à
Secretaria de Comunicação Social, subordinada à Secretaria de Governo.
"Em atendimento à decisão estratégica de maximizar o
alinhamento de toda ação de publicidade do Poder Executivo federal, comunicamos
que a partir desta data o conteúdo de todas as ações publicitárias, inclusive
de natureza mercadológica (...) deverá ser submetido para conformidade prévia
da Secom [Secretaria de Comunicação da Presidência]", dizia o e-mail.
Na noite desta sexta, a Secretaria de Governo divulgou a
seguinte nota: "A Secom, ao emitir o e-mail veiculado, não observou a Lei
das Estatais, pois não cabe à Administração Direta intervir no conteúdo da
publicidade estritamente mercadológica das empresas estatais."
Questionada se, a partir disso, a orientação do secretário
não valeria mais, a Secretaria de Governo respondeu que sim.
Entenda a polêmica
Nesta quinta-feira (25), o Banco do Brasil informou ter
retirado do ar uma propaganda que incentivava jovens a abrir conta no banco.
No vídeo, de 30 segundos, eram exibidas imagens de pessoas
que, segundo a locutora, "fazem carão", "biquinho de 'vem cá me
beijar'", "quebrada de pescoço para o lado", "papada
negativa", "cara de rica irritada" e "movimento natural
esquisito".
Enquanto a narradora falava, eram exibidas imagens de
pessoas agindo conforme a narração.
Apareciam no vídeo uma mulher careca negra, um homem em um
salão de beleza, uma mulher negra com cabelo loiro, outra mulher com cabelo
rastafari, um homem com cabelo rosa, uma mulher com cabelo curto e um homem em
ambiente de festa.
Segundo o Banco do Brasil, a peça foi retirada do ar porque
o presidente da instituição, Rubem Novaes, entendeu que "faltaram outros
perfis de jovens".
De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal "O
Globo", o presidente Jair Bolsonaro vetou a propaganda – G1.
Carlos Magno
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