Foi lançada na Paraíba, na tarde da última sexta-feira, 26,
no auditório do Colégio Damas em Campina Grande, a “Frente Norte e Nordeste
pela Educação”, em defesa do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Representantes de diversas entidades sindicais e autoridades de vários estados
das duas regiões, participaram do evento. O próximo compromisso da Frente será
no dia 21 de maio, quando os integrantes se encontrarão na Comissão de Educação
da Câmara dos Deputados, no Congresso Federal, para debater o novo Fundeb.
O Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste
e da Borborema (Sintab), coordenou o lançamento da Frente na Paraíba. A
abertura oficial foi feita pelo presidente do sindicato, Giovanni Freire.
Antes, houve apresentação especial do cantor e compositor Carlos Perê.
Além do presidente do Sintab, fizeram parte da mesa solene
de abertura o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Educação do
Estado do Ceará (Apeoc) e da Federação dos Trabalhadores em Educação do
Nordeste (Fetene), Anizio Melo; Alessandro Carvalho, representando a
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE); assim como o
representante jurídico da entidade, Eduardo Ferreira; Noildo Gomes, diretor do
Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLPB); Elizabete
Castelo Branco, presidente do Sindicato dos Profissionais do Magistério da Rede
Municipal de São Luís (Sindeducação); Sophia Nogueira, representando o Sindicato
dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp); João Ricardo Xavier,
representante jurídico dos professores do Estado de Pernambuco; o estudante
Mateus Lima, representando a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas
(Ubes); Soraya Cordeiro de Sousa, diretora de Formação do Sindicato dos
Trabalhadores em Educação do Estado da Paraíba (Sinteppb); a professora Iolanda
Barbosa, secretária de Educação de Campina, representando na oportunidade a
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o deputado
federal cearense Idilvan Alencar, representando o governador do Ceará, Camilo
Santana.
As duas palestras da tarde foram comandadas pelo presidente
da Apeoc, Anízio Melo, e pelo representante jurídico da CNTE, Eduardo Ferreira.
O primeiro destacou em sua fala que sem o Fundeb, os professores serão cada vez
mais desvalorizados. “A gente vai retornar a um tempo quando a profissão de
professor era apenas colocada como um bico. Nós estamos caminhando para isto, a
perspectiva é não ter mais escola pública, é isso que a política desastrosa
deste governo está plantando, para não ter nenhum tipo de veiculação de
recurso, nem para educação, nem para saúde”, ressaltou.
Já o advogado Eduardo Ferreira, comentou que por trás da
política macroeconômica do governo federal está um ataque frontal, sobretudo,
ao Nordeste. “A região ainda concentra a oposição mais forte a este governo
fascista, então nós temos que seguir firmes e atentos, com união, estando
cientes do que está acontecendo”, disse.
Em defesa da educação
Pública
Força, resistência e
união
Houve espaço de fala para todos os representantes de
entidades presentes no lançamento. Para o deputado Idilvan Alencar, o ataque à
escola pública no Brasil é diário. “Por exemplo, este projeto de escola
domiciliar é um absurdo. É a escola o espaço de aprendizado, insubstituível, de
socialização, de integração, portanto este projeto não faz sentido, isso é um
ataque frontal às escolas públicas deste país e é mais uma luta que precisamos
travar”, criticou.
Representando a Undime, a Professora Iolanda Barbosa afirmou
categoricamente que sem financiamento, não há escola pública de qualidade.
“Educação é investimento, mas este investimento tem um valor contábil, é
preciso haver receita para garantir que ele aconteça. O Fundeb hoje,
considerando Norte e Nordeste, representa o grande financiador da educação
pública. Não tem como se falar em educação se não forem garantidos minimamente
os vencimentos dos profissionais do magistério”, completou.
O representante da CNTE por sua vez, Alessandro Alencar,
reforçou a importância de motivar os professores e toda a classe trabalhadora
do país. “Precisamos nos motivar, precisamos sair daqui como colaboradores
desta Frente, cada um que esteja aqui tem que replicar a bandeira da educação.
Nós precisamos de um novo Fundeb, que seja permanente e tenha mais aporte da
União”, declarou.
Foi também neste sentido a fala da presidente do
Sindeducação, Elizabete Castelo Branco. “É necessário que essa luta tome uma
proporção bem maior do que a que desejamos e queremos. Este é um momento de
luta, de coragem e nós precisamos mudar a educação neste país. Precisamos
entender que o financiamento da educação é necessário”, ponderou.
O estudante Mateus Lima lembrou que vivemos tempos de
retrocessos. “Estamos aqui para fortalecer esta lua, para dizer não à Lei da
Mordaça e de todos os retrocessos que atingem a educação”. A palavra também foi
lembrada pela professora Soraya Cordeiro de Sousa, diretora do Sinteppb.
“Estamos vivendo um retrocesso, um desmonte de todos os nossos sonhos e tudo
que se havia conquistado na educação. Nós precisamos discutir o Fundeb, diante
de tantos absurdos que estamos ouvindo com esta nova administração
presidencial. Estamos precisando de toda a união possível”, clamou.
A força do Norte e do Nordeste foi destaque na fala do
professor Nelson Júnior, presidente da Associação dos Docentes da Universidade
Estadual da Paraíba (Aduepb): “É do Norte e do Nordeste que vai sair o
fortalecimento desta luta, que vai derrotar todo este retrocesso que está
atingindo o Brasil”.
Por fim, foi também pedindo união, força e resistência, que o
presidente do Sintab, Giovanni Freire, convocou professores e população em
geral, para a luta em defesa da Educação Pública.
“Não vamos deixar o protagonismo nas mãos daqueles que não
vivem a realidade escolar. A união dos trabalhadores é mais importante do que
tudo, para a construção de uma greve geral ampla de todos os trabalhadores,
porque a educação é um direito e tem que ser garantida. A Frente agora segue
seu caminho nos próximos estados, capitais e cidades do interior e nós
continuaremos aqui também fortalecendo esta luta”, finalizou – Assessoria.
Carlos Magno
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