O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse que irá se
apresentar “voluntariamente” à Justiça nesta 5ª feira (9.mai.2019).
“Em primeiro lugar, decisão da Justiça se cumpre. Segundo
ponto, claro, eu a considero inteiramente equivocada sob o foco jurídico. Eu
sempre sustentei que nessas questões todas não há prova. Para mim, foi uma
surpresa desagradável, mas eu amanhã me apresento voluntariamente”, disse a
jornalistas que o aguardavam na porta de sua casa, em Alto de Pinheiros, Zona
Oeste de São Paulo.
A 1ª Turma do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região)
decidiu nesta 4ª feira (8.mar.2019), por 2 votos a 1, pela revogação do habeas
corpus do ex-presidente e de seu amigo, João Baptista Lima Filho, conhecido
como Coronel Lima.
Temer e Coronel Lima haviam sido presos em 21 de março deste
ano pela força tarefa da Lava Jato em 1 mandado expedido pelo juiz Marcelo
Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, responsável pela Lava Jato no
Estado.
Hoje, Temer disse estar tranquilo, apesar de a decisão ter
“surpreendido a todos negativamente”.
O ex-presidente disse que vai dormir esta noite em São
Paulo, onde já está, e nesta 5ª feira (9.mai.2019) irá se apresentar em lugar
ainda a ser determinado.
“Me apresento com toda a tranquilidade, sem problema nenhum.
Não há equívoco nenhum em relação a minha conduta”, disse.
O que diz a defesa
Após o julgamento, o advogado Eduardo Pizarro Carnelós,
disse que Temer está em São Paulo e “seguramente” se apresentará nesta 5ª
(9.mar.2019).
Para o advogado, “não há fundamentos para a prisão”.
“Respeitamos a decisão do tribunal, mas só podemos considerá-la
injusta. Uma injustiça contra o ex-presidente. A prisão foi feita sem nenhum
fundamento, apenas para dar um exemplo. Vamos ao Superior Tribunal de Justiça
para recorrer”, disse.
A defesa do coronel Lima saiu sem comentar a decisão da
Justiça.
Prisão de Temer
Temer foi preso na operação Descontaminação, 1 desdobramento
da operação Radioatividade, que investiga desvios nas obras da Usina Nuclear de
Angra 3.
Os pedidos de prisão tem como base a colaboração premiada do
empresário José Antunes Sobrinho, dono da empreiteira Engevix. No depoimento, o
empresário mencionou pagamentos indevidos de R$ 1 milhão em 2014.
Em denúncia, na qual Temer é acusado pelos crimes de
corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, o MPF afirmou que o ex-presidente
teria liderado uma organização criminosa que teria negociado R$ 1,8 bilhão em
propina – Poder 360.
Carlos Magno
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