O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o racismo é “coisa
rara” no Brasil. Na noite desta terça-feira, 7, o líder do Executivo participou
do programa Luciana By Night, da apresentadora Luciana Gimenez, na Rede TV!.
“No Brasil, é uma coisa rara o racismo. O tempo todo tentam jogar o negro
contra o branco, homo contra hétero ou pai contra filho. Desculpe o linguajar,
mas isso já ‘encheu o saco’”, disse Bolsonaro no bate-papo descontraído. A
declaração repercutiu nas redes sociais.
Contando algumas histórias de seu período no Exército, o
presidente relembrou o dia em que resgatou um colega das Forças Armadas que
estava prestes a se afogar. “Por coincidência, é negro”, disse. Bolsonaro ainda
afirmou que, se fosse racista, iria “cruzar os braços” diante daquela situação.
“Se eu fosse racista: o negão caiu dentro da água e eu ia fazer o que? Eu ia
cruzar os braços. Entrei lá. Na segunda vez que mergulhei, consegui trazer o
negão do fundo da lagoa”.
A apresentadora perguntou o motivo pelo qual o presidente,
em suas campanhas, não usou esses argumentos para afirmar que não era racista.
Bolsonaro disse que poderia ter usado o fato para se defender de acusações, mas
preferiu não fazê-lo. “Achei que não era o caso de falar. Iam achar que estava
apelando”, ponderou.
Durante a campanha presidencial, Bolsonaro foi apontado como
racista e homofóbico pela oposição. Declarações feitas por ele voltaram à tona
e provocaram controvérsia. Por exemplo: perguntado por Preta Gil o que faria se
um de seus filhos casasse com uma mulher negra, Bolsonaro disse: “Não corro
esse risco e meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes
como lamentavelmente é o teu”. À época, ele era deputado federal pelo Partido
Progressista (PP).
As acusações mais recentes de racismo vieram quando
Bolsonaro vetou uma propaganda do Banco do Brasil marcada pela promoção da
diversidade racial (há muitos atores negros) e sexual (peças com a participação
de transexuais) – Veja.
Carlos Magno
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